Informação foi confirmada pelo gerente do hemocentro, nesta segunda-feira (12). Criança recebeu sangue de doador regular do Hemoacre e um mês depois foi diagnosticada com HIV.
Em apenas um mês, caiu pela metade o número de doadores de sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) em Rio Branco. A redução se deu, segundo a gerência do hemocentro, após a polêmica envolvendo o caso de uma menina de 4 anos que foi infectada com o vírus HIV depois que recebeu uma transfusão de sangue.
O gerente de Assistência do Hemoacre, Wusley Daniel, Silva explica que os testes no sangue dos doadores permanecem com o mesmo rigor. Ele pede que as pessoas continuem acreditando no serviço do Hemoacre e fazendo doações.
“Nosso Hemoacre continua com o mesmo serviço que vem realizando ao longo dos 30 anos, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde. A gente pede que a população continue acreditando no nosso serviço. Por essa fatalidade, a gente está cada vez mais nos empenhando através de treinamento com a equipe para poder melhorar cada vez mais a assistência aos nossos doares”, afirmou Silva.
A redução no número de doadores, segundo Silva, já ocorre durante o final e início do ano, devido às festas e férias. Segundo ele, existe uma lista de doadores fidelizados, mas é preciso que todas as pessoas continuem procurando o local.
“Infelizmente, o número de doadores já reduz naturalmente nos finais de ano e início de ano. Mas, após essa notícia, houve uma redução no número de doadores. A gente quer também que os voluntários, que vêm pela primeira vez, sintam-se seguros a ponto de acreditar na gente também. Não ter medo de vir aqui”, complementou Silva.
O técnico eletromecânico Lázaro Mateus foi ao Hemoacre para doar pela primeira vez e falou sobre a importância desse gesto voluntário.
“Não somente aqui, mas em todos os lugares, muita gente precisa de sangue. Esse é um gesto nobre e fácil para ajudarmos ao próximo”, falou Mateus.
Menina infectada com HIV
Uma menina de 4 anos foi infectada com o vírus HIV após receber uma transfusão de sangue de um doador no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) em Rio Branco.
O caso foi divulgado por meio de nota, na quinta-feira (22), assinada pelo secretário de Saúde do Acre, Gemil Junior, e pela gerente-geral do Hemoacre, Elba Luiza. Os órgãos de saúde afirmam que o caso é uma “fatalidade” e não divulgaram a data em que ocorreu o episódio.
Conforme a nota, o doador era cadastrado no Hemoacre e fazia doações com frequência. Os órgãos afirmam que em todas as doações o homem passou pelo processo de triagem, que é feito em todos os doadores. Além disso, ele fez exames e entrevistas todas as vezes.
O caso da contaminação é muito raro, de acordo com o hematologista e hemoterapeuta Denis Fujimoto. O especialista afirmou, durante entrevista ao Jornal do Acre 1ª Edição do dia 24 de fevereiro, que o caso no hemocentro do Acre é o terceiro registrado no Brasil desde a descoberta do HIV, em 1986.
No entanto ele diz que, no período de ao menos 20 dias, existe a possibilidade de a pessoa ter sido infectada e ainda não ter criado anticorpos o suficiente para serem detectados no exame. Na descoberta da doença, essa janela era de 45 dias, mas foi reduzida para 20 devido ao avanço tecnológico dos testes.
“Mesmo que o teste seja mais sensível, ainda vai depender da produção desse anticorpo do paciente. Se após o teste sorológico o resultado é negativo, o sangue é liberado”, explicou.
O hematologista afirma que o Hemoacre seguiu as exigências determinadas pelo Ministério da Saúde para garantir a segurança das transfusões. Ele explicou que os testes que devem ser feitos no sangue são para detectar o vírus HIV, hepatite, o vírus-T linfotrópico humano (HTLV), sífilis e doença de Chagas.