Leite materno doado não é suficiente para atender demanda de maternidade pública do Acre

Maternidade Bárbara Heliodora é o único banco de leite materno no estado. Hospital recebeu apenas 46 litros de leite em janeiro, menos da metade necessária para alimentar mais de 30 bebês.

O leite materno adoado na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, tem sido insuficiente para atender a demanda. O hospital, único posto de coleta do estado, coletou em janeiro apenas 46 litros de leite, número abaixo da metade necessária para alimentar os bebês.


Em matéria da Rede Amazônica Acre, a coordenação do banco de leite do Acre explicou as dificuldades enfrentadas com o baixo estoque.


“Todo bebês até 1,5 quilo a gente fornece o leite da própria mãe ou leite pasteurizado. Conseguimos atender a demanda de bebês com esse peso. Bebês que passam desse limite não temos capacidade de oferecer esse leite pasteurizado e ele passa a ser consumidor do leite industrializado, que não é uma boa ideia. Mas, não temos outra solução. A única solução encontrada é chamar para que possamos receber doações”, disse o coordenador Hélio Pinto.


Maternidade tem recebido pouquíssima doação de leite materno em 2018 (Foto: Reprodução)

Maternidade tem recebido pouquíssima doação de leite materno em 2018 (Foto: Reprodução)


A preocupação em relação ao leite que os bebês consomem é significativa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite materno deve ser o único alimento do bebê nos primeiros seis meses de vida. Isso reduz em 13% a mortalidade infantil e fortalece o sistema imunológico das crianças.


É esse cuidado que a filha da indígena Iuda Kaxinawá precisa no momento. Moradora da aldeia Nova Cachoeira, no município do Jordão, interior do Acre, Iuda está em Rio Branco há mais de 14 dias porque a filha está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade. O compromisso diário da indígena é ir ao banco de leite fazer a ordenha e o leite coletado vai para a filha. “Me sinto bem. Ajudo o bebê a mamar. Tem que ajudar”, falou a mãe.


Além da filha de Iuda, mais 30 recém-nascidos dependem das doações. Porém, a quantidade recebida não é suficiente, já que os bebês comem oito vezes por dia e o número de partos prematuros é alto no estado.


Atualmente mais de 30 bebês dependem das doações feitas no hospital (Foto: Reprodução)

Atualmente mais de 30 bebês dependem das doações feitas no hospital (Foto: Reprodução)


Ajuda

Antes de doar, as mães são submetidas a exames. O leito só é oferecido para a criança depois de pasteurizado. O filho de Francisca Bismark, Anthony Gabriel, foi um dos beneficiados com as doações porque a mãe não tinha leite.


“Para vida dele e para o desenvolvimento foi importante. Ele com 2,75 quilos veio para cá e hoje, com ajuda, está com mais quilos, e estamos perto de ir para casa. Peço que o pessoal venha doar para ajudar a maternidade. Para ficar comigo ele precisou do leite”, contou Francisca.


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