Ex-tesoureiro do PT era investigado por um o pagamento de R$ 300 mil ao governador do Acre, Tião Viana (PT), que já teve inquérito arquivado por falta de provas.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu o arquivamento de um inquérito da Operação Lava Jato relacionado ao ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto e que investigava o pagamento de R$ 300 mil ao governador do Acre, Tião Viana (PT).
O inquérito que investigou Tião Viana chegou a correr no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, em 2016, foi arquivado a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) por falta de provas.
Porém, a parte da investigação relacionada a Vaccari Netto – preso e condenado na Lava Jato – e também a José de Felippe Junior foi encaminhada à Justiça Federal do Paraná, para que fosse aprofundada, pois o parecer da Polícia Federal (PF) era de que o detalhamento era necessário.
Na terça-feira (6), o MPF pediu o arquivamento do inquérito. De acordo com os procuradores, “não há justa causa para o prosseguimento das investigações”.
Conforme o MPF, não foram encontradas provas de que o valor doado à campanha do petista tenha relação com crimes praticados envolvendo a Petrobras ou que a doação fosse irregular.
Além disso, os procuradores apontaram que não havia registro de operações da empresa Iesa Óleo e Gás, fornecedora da Petrobras e investigada na Lava Jato, no Acre, “o que distancia a possbilidade da prática de atos de ofício diretos de Tião Viana como contrapartida à doação eleitoral”.
O presidente da Iesa, Valdir Lima Cordeiro, disse em depoimento que em 2010 a empresa doou R$ 2 milhões ao PT, “pois era o partido que mais se alinhava com os objetivos da empresa”.
Segundo o depoimento, ele foi procurado por algum representante do diretório do partido em São Paulo. Cordeiro não soube dizer se o representante era Vaccari Neto ou Felippe Junior.
Por conta disso, a PGR remeteu a investigação para a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, após o arquivamento do inquérito que investigava Viana.
O G1 tenta contato com a defesa de Vaccari Netto.
Qual era a suspeita
Tião Vianna era suspeito de ter recebido R$ 300 mil na campanha ao Governo do Acre, em 2010, da empresa Iesa Óleo e Gás.
O ex-diretor da Petrobras afirmou que repassou R$ 300 mil à campanha eleitoral dele. Na agenda do ex-diretor, apreendida pela PF, consta a inscrição “0,3 Tvian” que, segundo Paulo Roberto, era a referência ao pagamento à Tião Viana.
Na época, Tião Vianna afirmou que a doação foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Acre e não era ilegal.