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Brasileiro está entre sete mortos de confronto em presídio, diz Bolívia

Operação para retomar controle de penitenciária de Palmasola deixou 20 feridos


PALMASOLA — O governo da Bolívia anunciou que, entre os sete mortos durante uma operação policial no presídio de Palmasola, estão um brasileiro e um paraguaio. Uma operação para tomar o controle da penitenciária terminou em confronto. Disparos de armas de fogo e golpes entre detentos e policiais deixaram outros 20 feridos na penitenciária de Santa Cruz de la Sierra, no leste do país.


O vice-ministro do Regime Interior, José Luis Quiroga, confirmou que seis mortos já haviam sido identificados. Segundo o jornal “El Diario”, que cita entrevista do vice-ministro, o brasileiro se chamava Gonzales Taparaz Maxell e o paraguaio, Pana Jorge. Os demais eram cidadãos locais.


Segundo as autoridades, Maxell e Jorge faziam parte do corpo de segurança de um perigoso detento, que mantinha o controle do centro carcerário. Entre os presos feridos também há um brasileiro, um equatoriano, um paraguaio e um colombiano. Na ação, os agentes apreenderam 188 celulares, 85 armas brancas, oito revólveres, duas granadas, 115 plantas de maconha e uma destiladora de álcool, segundo o “La Prensa”.


Quiroga havia anunciado na quinta-feira um balanço de oito mortos. Horas depois, o governo diminuiu o número de vítimas para sete. O boliviano que seria a oitava perda faleceu por uma doença terminal e não em consequência do confronto, segundo a informação retificada pelas autoridades.



Sob argumento de que havia “um completo desgoverno” na penitenciária, considerada a mais perigosa do país, o governo montou uma operação policial para retomar Palmasola, que tem cerca de quatro mil detentos. A capacidade da unidade, porém, equivalente a um quinto da ocupação atual. As autoridades também reconheceram a atuação de policiais corruptos na cadeia.


Segundo a mídia local, os agentes entraram na penitenciária na madrugada de quarta-feira à procura de drogas e armas. O diário boliviano “La Prensa” informou que um grupo interno vivia com artigos de luxo na unidade. Alguns detentos se insurgiram contra a ação policial, e houve confronto. A Igreja Católica pediu esclarecimentos sobre as mortes na operação.


“As mortes e a dor que puderam ser evitadas clamam que se estabeleçam responsabilidades e sanções justas e imediatas”, afirmou a instituição religiosa.


A estatal Defensoria Pública abriu uma investigação independente. O órgão destacou que já havia alertado sobre a presença de armas no presídio e pediu que se protegesse a vida das pessoas.


Em 2015, o Papa Francisco visitou a penitenciária de Palmasola durante viagem à Bolívia. Na ocasião, o Pontífice encontrou filhos de detentos e ouviu relatos de violência e apelos sobre a falta de julgamento de oito em cada dez presidiários.



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