Acre ficou atrás apenas do estado do Rio Grande do Norte; Brasil teve no ano passado 59.103 vítimas assassinadas. Dados fazem parte do Monitor da Violência.
Acre foi o segundo estado brasileiro que registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes quando comparado os anos de 2016 e 2017. Foram 530 assassinatos no ano passado contra 368 em 2016. O estado ficou atrás apenas do Rio Grande do Norte com uma taxa de 64%. Considerando somente o ano de 2017, o Acre registrou um índice de 63.9 crimes violentos por 100 mil habitantes.
O levantamento realizado pelo G1 faz parte de mais uma etapa do Monitor da Violência. O índice abrange casos de homicídios dolosos, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, que são classificados como Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs).
No total, o Brasil teve no ano passado 59.103 vítimas assassinadasdurante o ano passado. O número representa uma morte a cada 9 minutos, em média.
O levantamento mostrou o Acre como o segundo estado a segunda maior taxa percentual de morte. Em 2017, foram 503 homicídios dolosos, 26 latrocínios e 1 lesão corporal seguida de morte.
Página especial
Uma página especial foi desenvolvida para mostrar mês a mês os números disponíveis. O objetivo é, além de possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos.
Na página especial, é possível navegar por cada um dos estados e encontrar dois vídeos: um com uma análise de um especialista indicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e outro com um diagnóstico de um representante do governo.
Ambos respondem a duas perguntas:
1. Quem são os grupos/pessoas que mais matam no estado, por que eles matam e como isso mudou ao longo da última década
2. O que fazer para mudar esse cenário?
O promotor de Justiça do Ministério Público do Acre, Rodrigo Curti, afirma que os grupos que mais matam no estado têm entre 15 e 29 anos de idade. “A motivação está estritamente ligada ao tráfico de drogas, ao acerto de contas, uma vez que 49% desses homicídios tem ligação direta ao tráfico de entorpecente e a guerra entre facções”, explica.,
Ele avalia que é preciso investimento na área de investigação e repressão ao crime.
“É importante compreender que o crime é visto pelo criminoso como um grande negócio. Conforme ele vai praticando crime, gera impunidade, ele se sente a vontade para cometer novos delitos. Por isso é importante o investimento nos órgãos de repressão, investigação, sistema penal efetivo. Vemos que o problema do Brasil não é o excesso de prisão, mas o excesso de impunidade”, conclui.
O subsecretário de Polícia Civil, Josemar Portes, disse que os crimes cresceram no Acre a partir de 2016, depois da morte do narcotraficante Jorge Rafaat, região de fronteira do Brasil com o Paraguai.
“A partir de então, o Acre também vivenciou essa explosão de homicídios. Mas estamos lidando com esse problema, com uma estratégia adequada e isso tem se mostrado exitoso, com uma redução de 43% nos crimes em fevereiro deste ano em comparação com fevereiro de 2017”.