O deputado federal Flaviano Melo (PMDB) deve anunciar sua pré-candidatura a senador da República no início do mês de março. Ex-governador, Melo tem apoio do presidente Michel Temer, com quem conversou nesse Carnaval e no período de recesso do Congresso Nacional.
A reportagem apurou junto a uma importante liderança da oposição que Flaviano Melo “vai para luta e, no mínimo, terá uma despedida honrosa da política nos embates da eleição majoritária”.
O primeiro indício de reviravolta e intensa insatisfação dentro do PMDB foi a desistência do ex-prefeito Wagner Sales (Cruzeiro do Sul) de disputar a primeira suplência de senador na chapa encabeçada pelo ex-deputado Márcio Bittar. Wagner, principal responsável pela filiação de Bittar ao “glorioso”, assumirá candidatura a deputado estadual, com prioridade á reeleição da filha, Jéssica Sales, mas sem projeto político para a esposa, a ex-parlamentar estadual Antônia Sales.
Flaviano procurou Temer após as afirmações de Márcio Bittar contra aliados, em áudios que vazaram recentemente e causaram ebulição entre os grupos que fazem oposição do PT. Márcio, aliás, teria que, primeiramente, digerir como “natural” a decisão do PMDB de substituí-lo na disputa pelo senado. E, depois, fazer, talvez, a escolha mais difícil de sua carreira pública: ir para federal, podendo lançar a esposa, Márcia, para estadual. Nesse cenário, o vespeiro no âmbito da oposição seria torpedeado. A mulher de Márcio, presidente do Solidariedade, enfrentaria a ira da procuradora de justiça Vanda Milani, que está pré-candidata (e bem cotada) a federal num acordo político considerado concretizado.
Tanto Márcio Bittar quando qualquer outro pretendente a cargo eletivo poderá trocar de partido seis meses antes do dia da votação.
Flaviano é amigo de longas dadas do presidente – desde os tempos em se tornou prefeito biônico de Rio Branco, nos anos 80, como resultado de uma intervenção pessoal do seu pai, Raimundo Melo, junto ao então deputado federal que hoje comanda a Nação.
O PMDB pretende explorar a máxima segundo a qual “para todo partido, o que mais importa é ter deputados federais e senadores”. E, claro, com um olhar na manutenção da boa representatividade no Congresso Nacional, fundo partidário e tempo de TV.