Incluindo o Acre, seis distribuidoras no Norte e Nordeste tiveram a privatização aprovada por acionistas na sexta-feira (8), em Brasília. Sindicato diz que deve acionar empresa judicialmente.
Mesmo com protestos de servidores, os acionistas da Eletrobras aprovaram a privatização de seis distribuidoras no Norte e Nordeste.
No Acre, os funcionários se posicionaram contra e decisão e afirmam que a mudança deve prejudicar, principalmente consumidores de baixa renda e de programas sociais na zona rural como o Luz Para Todos que geram, segundo o Sindicato dos Urbanitários do Acre, mais gastos que lucro.
A Eletrobras divulgou, no site oficial da empresa, as deliberações da 170ª Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas que culminou com a decisão da privatização. A instituição também se posicionou sobre uma ação popular com pedido de medida liminar referente à privatização das distribuidoras.
A Eletrobras afirmou que a alienação das Distribuidoras segue o previsto na Lei 9.491/1997. Eles afirmam que também seguem o decreto assinado em janeiro deste ano pelo presidente da República, Michel Temer, que estabelece regras para a privatização da Eletrobras.
“No Acre temos ao menos 200 mil consumidores e 70% desse total é residencial, elas pagam as contas direitinho, mas só mantém o serviço funcionando. Numa privatização, a empresa não vai ter o lucro alto que deseja com um público como esse. Isso vai prejudicar os trabalhadores, mas em especial os consumidores de baixa renda e da zona rural”, destaca.
Além do Acre, as distribuidoras que serão colocadas à venda são: Amazonas Distribuidora de Energia, que atende ao estado do Amazonas; Boa Vista Energia, que atende Roraima; Centrais Elétricas de Rondônia, que atende Rondônia; Companhia Energética de Alagoas, que atua em Alagoas; e Companhia de Energia do Piauí.
O presidente do sindicato, Marcelo Jucá, afirma que os advogados que representam os servidores devem acionar a empresa judicialmente e alega irregularidades na assembleia realizada pelos acionistas na quinta-feira (8), em Brasília.
“Eles não deixaram um acionista entrar na sala, temos imagens. Ele ia votar favorável a nós, era contrário a privatização. Vamos partir para a questão jurídica. Os advogados a nível nacional vão pedir a ilegalidade da assembleia e adiar ela por completo para ganharmos mais tempo para os servidores”, afirma.
Ele afirma que os sindicatos de todas as distribuidoras devem se reunir em Brasília, após o Carnaval, para definir novas estratégias e mobilização e possível paralisação dos trabalhadores.
Em fevereiro, segundo Jucá, eles devem lançar, no Congresso Nacional, da Frente Parlamentar e Defesa das Distribuidoras Federais para que elas permaneçam públicas.
“Queremos que elas continuem públicas, mas óbvio que oferecendo um serviço de qualidade. Durante os protestos mostramos o risco da privatização dessa empresa, especialmente no Acre. Aqui no Acre, na maioria dos municípios, a despesa é maior que a receita na instituição de energia. São municípios pequenos e não se consegue o lucro que as empresas querem”, destaca.