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Para participar de festival internacional, grafiteiros do Acre fazem rifas para comprar passagens e viajar para BA

JR TRZ e ESA foram selecionados para participar do 4º Bahia de Todas as Cores, que vai ocorrer em março. Festival vai receber primeira artista acreana.


Com o sonho de exibir a arte acreana para outros países, o casal de grafiteiros José Alberto, mais conhecido como JR TRZ, e Ester Silva, a ESA, se inscreveram no 4º Bahia de Todas as Cores (4º BTC), que ocorre em março na Bahia.


Mas, para participar do festival, o casal precisa arrecadar recursos para comprar as passagens e viajar. Foi aí que surgiu a ideia de rifar telas com desenhos deles e juntar o dinheiro.


O 4º BTC promete juntar artistas de vários lugares do mundo em uma grande amostra de grafite. O festival ocorre entre os dias 22 a 25 março em Salvador e outras cidades do estado. Artistas de países como Holanda, México, Bolívia, Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia se juntam aos do Brasil para diversas atividades. A programação completa pode ser vista no site do evento.


Ansioso, JR TRZ falou que cada artista vai rifar duas telas com desenhos da própria autoria. A primeira tela vai ser rifada nesta terça-feira (20) com um desenho de ESA. Já no dia 25 deste mês, será a vez da tela do artista. A rifa custa R$ 10 e o casal disse que já vendeu 80 rifas até esta segunda (19).


Desenhos de José Alberto Júnior, o JR TRZ, são encontrados em vários muros de instituições e casas de Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal)

Desenhos de José Alberto Júnior, o JR TRZ, são encontrados em vários muros de instituições e casas de Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal)


“É muito importante para nós. Ano passado realizamos o ‘RB Grafite’ na cidade [Rio Branco], foi o primeiro evento internacional daqui, abriu esse leque para gente ficar mais conhecido. Vamos ter mais festivais. As coisas estão acontecendo e a nossa arte está chegando para todo mundo. É muito importante que a gente consiga os apoios para levar essa representação e participar do circuito nacional”, disse o artista.


O objetivo, segundo TRZ, é vender pelo menos 100 rifas e conseguir o valor de R$ 1 mil a R$ 1,1 mil. As outras duas rifas vão ser sorteadas no dia em que o casal viaja, dia 21 de março. Com a vaga já confirmada no festival, o casal tem hospedagem e alimentação garantida, mas precisa de ajuda para chegar até lá.


“Hospedagem, alimentação e material para pintar já temos. Primeira tela é de 20 da ESA, a minha dia 25, a outra dela é de 20 de março e dia 25 a minha. Com os valores das rifas e dos apoios que temos vamos conseguimos”, ressaltou.


Primeira acreana no festival

ESA gosta de fazer desenhos da cultura negra e ajudar mulheres a aceitarem o estilo (Foto: Arquivo pessoal)

ESA gosta de fazer desenhos da cultura negra e ajudar mulheres a aceitarem o estilo (Foto: Arquivo pessoal)


Em êxtase com a chance de mostrar a arte em um festival internacional, Ester é a primeira acreana a participar do evento. Com desenhos marcantes de mulheres negras, cabelos cacheados e muita representatividade, ESA diz que o grafite ajudou ela a expressar.


“Tinham várias coisas que não permitiam aceitar minha cor, meu cabelo e outras coisas que são impostas para nós. Depois que conheci o grafite, fui me livrando de tudo isso, senti que precisava passar para outras pessoas, mulheres que se sentiam como eu. Vi no grafite uma forma de passar isso”, comemorou.


Ester contou ainda que tem sido procurada por outras mulheres negras que se identificam com os desenhos dela. Para ela, o festival é uma grande oportunidade de levar a cultura negra para outros artistas.


“Quando faço minhas artes as meninas com cabelos cacheados falam ‘ai, que lindo, parece comigo’. Isso me dá mais forças. Tento que passar que a mulher tem que se achar bonita do jeito que é, e temos que lutar pelo que queremos”, falou.


Artista diz que grafite ajudou ela a aceitar estilo e tentar passar isso para ouotras mulheres negras (Foto: Arquivo pessoal)

Artista diz que grafite ajudou ela a aceitar estilo e tentar passar isso para ouotras mulheres negras (Foto: Arquivo pessoal)


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