Dois bebês nasceram na noite do dia 20 de maio de 2017, com minutos de diferença
Nove meses após dar à luz, Francielli Monteiro Garcia, de 24 anos, denunciou uma troca de recém-nascidos na maternidade do Hospital Regional de Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá. A jovem fez um exame de DNA e descobriu que o filho não é dela. A Defensoria Pública de Mato Grosso está acompanhando o caso.
Os dois bebês nasceram na noite do dia 20 de maio de 2017, com minutos de diferença. Francielli teve complicações após o parto e precisou ser levada para o centro cirúrgico. Ela esteve com o filho só depois de ter se recuperado.
Em entrevista ao G1, a mãe disse que, no momento em que recebeu alta, desconfiou que o filho poderia ter sido trocado, pois o nome apresentado na pulseira do recém-nascido era de outra mulher. Francielli ligou para o hospital mas a unidade disse que não haveria hipótese de os bebês terem sido trocados.
O Hospital Regional de Alta Floresta confirmou, em nota, que as duas mães ficaram alojadas no mesmo ambiente após o parto, em conjunto com os respectivos filhos, até a alta hospitalar e que não houve falha nos procedimentos adotados pelos funcionários da unidade. O hospital disse ainda que os recém-nascidos saíram “corretamente identificados constando o nome da mãe, data, horário do nascimento e sexo”.
O hospital também orientou Francielli a aguardar a outra mãe se manifestar, caso visse o nome dela na pulseira do bebê que lhe foi entregue e estranhasse também. “Mas ela nunca se manifestou e, por isso, nunca mais fui atrás. Quem vai imaginar ou querer uma situação dessa pra si?”, questionou.
O resultado do exame saiu em novembro e comprovou que o bebê que estava com ela, então com seis meses de idade, não era dela. O laudo do exame feito pela outra jovem também teria dado negativo para maternidade. “Entrei em desespero com a notícia, mas que mãe não ficaria em uma situação dessas? Foi aí que tudo começou. Meu mundo desabou, assim como imagino o da outra mãe também”, disse.
Atualmente, a jovem mantém contato com o filho biológico, assim como a outra família também tem livre acesso ao filho que está com ela. A troca é um processo demorado. “A cada dia que se passa, dói mais. Amo os dois filhos como ninguém, coração de mãe sempre cabe mais um, só que minha maior vontade é ter meu filho biológico de volta em meus braços o mais rápido possível”, disse.
Francielli disse que quer manter contato com a outra família, mesmo após a situação ser resolvida. “Temos dois filhos agora, um de sangue e outro de leite. Sabemos que teve negligência vindo do hospital e não queremos nos beneficiar com essa situação. Só queremos que tudo se resolva da melhor maneira possível”, afirmou.
O caso está sendo acompanhado pelo defensor público Túlio Pontes de Almeida, em Alta Floresta. Por meio de assessoria, ele afirmou que uma audiência deverá ser feita na quinta-feira (1º) com as famílias para saber como o caso será tratado na Justiça.