Ataque ocorreu na manhã desta quarta (7), na Papudinha, em Rio Branco. Chamas não atingiram o regime fechado.
O incêndio que atingiu a Unidade Prisional UP4, conhecida como Papudinha, onde ficam os detentos do regime semiaberto em Rio Branco, foi 60% atingida. Os presos colocaram fogo na unidade após dois detentos serem mortos na manhã desta quarta-feira (7).
Os detentos que morreram Mateus da Silva Lima, de 21 anos, e Antônio Marcos Teles Felisberto, de 30 anos, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Lima morreu ainda no local e Felisberto foi levado para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) e morreu na unidade de saúde.
Nenhum dos demais que estavam na unidade ficaram feridos com o incêndio. A unidade comporta 400 presos e, atualmente, cumprem pena no regime semiaberto 320 presos e 74 no fechado, um total de 394 reeducandos.
Ao G1, o diretor da unidade, James França, explicou que toda ala do semiaberto foi afetada. Ele garantiu que a ala dos presos do regime fechado não foi atingida e os detentos permanecem nas celas.
“Só queimou a parte do semiaberto. É o alojamento do 1 ao 5, toda essa parte queimou, só ficou a parte de trás. Em porcentagem, queimou cerca de 60%. O fechado não foi atingido, os presos estão aqui dentro e não foram afetados”, acrescentou.
Ainda segundo França, o local não tem capacidade para receber os detentos para pernoite. Ele disse que aguarda um posicionamento do Judiciário para definir para onde os presos devem passar a noite.
“Não tem condições. Queimou tudo e não tem estrutura para recebê-los. Estou esperando uma posição da Vara de Execuções para saber se vão dormir no FOC [Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde] ou como vai ser”, ressaltou.
Um dos presos mortos no ataque da manhã desta quarta foi o filho do policial militar da reserva Manoel das Graças, de 64 anos. O pai esteve na Papudinha para pegar alguns documentos do filho, Antônio Marcos Teles Felisberto, de 30 anos. O PM contou ao G1 que Felisberto tinha recebido ameaças de mortes dias antes.
“Estava me arrumando pra sair quando recebi a ligação. Ele vinha recebendo ameaças, passou uns dez dias comigo e os caras eram direto atrás dele. Queria que ele cuidasse da chácara, mas ele não queria porque os caras estavam atrás dele”, contou.
O PM falou ainda que Felisberto cumpria pena por envolvimento com drogas. Ele tinha sido remanejado recentemente para o regime semiaberto.
“É horrível. Estava trabalhando e ia para o trabalho hoje. Disseram que o policiamento estava reforçado, mas não está. Pode estar aqui dentro, mas ali fora não”, reclamou.