Eutália da Silva mora ao lado de bueiro na Rua Farroupilha e perdeu todos os móveis. Moradores reclamam do bueiro e prefeitura diz não tem recursos para obra no local.
Com as roupas sujas de lama e olhar abatido, a cozinheira Eutália da Silva tentava limpar a casa e recuperar algum bem na manhã desta quarta-feira (14). Ela foi uma das moradoras da Rua Farroupilha, no bairro Bosque, em Rio Branco, atingidas pela água de um bueiro que passa na rua.
Durante a forte chuva, a casa de Eutália cedeu e ela precisou ser retirada pelo Corpo de Bombeiros do Acre. Além dos móveis, a cozinheira mostrou uma caixa contendo todos os documentos pessoais que molharam durante a chuva.
“Os bombeiros conseguiram tirar a gente com a água no pescoço. Não deu para tirar nada. O que tiramos foi a televisão. A casa cedeu. Não posso fazer nada, ganho um salário. A casa pode desabar a qualquer momento. Não é a primeira fez que a gente fala. Em 2017 o prefeito veio aqui, mediu tudo e garantiu de arrumar. Até hoje não apareceu mais aqui e nós nos acabando”, reclamou a cozinheira.
Ao G1, a assessoria da Prefeitura de Rio Branco informou que o prefeito Marcus Alexandre está com equipes da Defesa Civil visitando moradores. Ainda segundo a prefeitura, a Rua Farroupilha precisa passar por um processo de drenagem, mas falta recurso para a intervenção. A assessoria garantiu que a prefeitura vai buscar recursos ainda este ano para fazer os trabalhos no local.
Ainda segundo Eutália, o chão da sala dela cedeu e ela teme que a casa desabe a qualquer momento. Após ser retirada pelos bombeiros, a cozinheira passou a noite na casa de amigos e voltou na manhã desta quarta para ver os prejuízos.
“Não tenho mais nada. A água começou a entrar era umas nove horas. Pensamos que ia baixar, mas cada vez mais subiu. A mais prejudicada sou eu, que moro ao lado do bueiro. Já virou um açude, é um perigo a gente aqui de repente a casa desabar”, lamentou.
Entre a noite de terça-feira (13) e madrugada desta quarta (14) choveu mais de 277 milímetros na capital acreana. Segundo o Corpo de Bombeiros do Acre, choveu quase o total de chuva aguardado para todo mês de fevereiro.
O gráfico Marizaldo Pelegrino Santana, mais conhecido com Val, também teve a casa invadida pela água do bueiro. Ele mora na Rua da Alegria, que tem acesso pela Rua Farroupilha, no Bosque.
“Água começou a entrar era umas oito e meia. Alagou tudo, ficamos até cinco da manhã esperando secar para limpar. Aqui são seis bueiros e todos transbordaram”, comentou.