Em Rio Branco, servidores da Eletrobras param atividades contra privatização da empresa

Apenas 30% dos serviços estão funcionando nesta quinta (8). Ato é contra projeto do governo de privatizar Eletrobras.


Servidores da Eletrobras Distribuição Acre paralisaram as atividades nesta quinta-feira (8) contra a privatização da empresa. Em janeiro deste ano, o presidente da República, Michel Temer, assinou o projeto que estabelece regras para a privatização da Eletrobras. O governo pretende arrecadar em 2018 R$ 12,2 bilhões com a privatização.


Ao G1, o vice-presidente do Sindicato dos Urbanitários, Marcelo Jucá, explicou que apenas 30% dos serviços da empresa estão funcionando nesta quinta. Ele afirmou que o ato também ocorre em outros estados do país.


“O presidente Temer decidiu lançar uma assembleia, que vai ocorrer hoje, às 14h, em Brasília, porque ele tem as opções de liquidar, que seria acabar com as empresas e, amanhã [sexta, 9], todos estariam sem CNPJ, ou privatizar. Por causa disso, entramos com ações judiciais para suspender essa assembleia e estamos buscando também ações políticas. Não dá para ele tirar o serviço de uma empresa que tem em qualquer município do Acre”, complementou.


Apenas 30% dos serviços estão funcionando em Rio Branco nesta quinta-feira (7) (Foto: Aline Nascimento/G1)

Apenas 30% dos serviços estão funcionando em Rio Branco nesta quinta-feira (7) (Foto: Aline Nascimento/G1)


Jucá falou ainda que a classe não é contra discutir a privatização, mas não aceita com as regras impostas pelo governo federal.


Somos contrários à privatização como ele quer fazer, mas não somos contrários em discutir a privatização e colocarmos nossa visão. Ele quer colocar de qualquer forma e não aceitamos. A empresa atende o Luz para Todos, atende serviços em todos os municípios, e temos municípios que a despesa é muito maior do que a receita para distribuir energia”, argumentou.


O sindicalista lembrou ainda do incêndio ocorrido na geradora de energia de Cruzeiro do Sul no início do ano. O incêndio deixou três cidades do Acre e uma do Amazonas sem energia elétrica. Segundo Jucá, o problema poderia ter sido muito maior se uma empresa privatizada operasse na região.


“Não é o serviço da distribuidora, mas ela foi porque é uma empresa pública e quem estava lá era um plantão independente que é a Guascor. Hoje temos 50% do estado de um sistema isolado, geração no local. Estamos pedindo que faça essa discussão da privatização quando tiver um estado 100%, porque se uma empresa privada começar a atuar, vai deixar de atender principalmente em locais que ela achar que não vai ter lucro”, afirmou.


Jucá contou também que o ato deve permanecer por todo o dia. Caso a assembleia não resulte em um resultado positivo para eles, os servidores vão estender a greve.


“Só está funcionando 30%. Estão todos os trabalhadores aqui, independente de funcionário terceirizado, prestador de serviços efetivo. Se eles decidiram em Brasília pela liquidação, esses trabalhadores também vão perder tudo, não vão ter direito a salário, indenização e mais nada”, concluiu.


Proesto ocorre em outros estados, segundo o Sindicato dos Urbanitários do Acre (Foto: Aline Nascimento/G1)

Proesto ocorre em outros estados, segundo o Sindicato dos Urbanitários do Acre (Foto: Aline Nascimento/G1)


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias