Delegado aposentado Ilzomar Pontes morre na UTI do hospital Amazônia, em Belém


Depois de quase dois meses internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Amazônia na cidade de Belém, no Estado do Pará, o delegado aposentado Ilzomar Pontes do Rosário, 59, que estava em tratamento de uma doença neurodegenerativa fatal que afetou os seus neurônios motores, acabou falecendo na noite deste sábado (17), por volta das 22h20min. O delegado que também foi jogador de futebol das equipes do Rio Branco, Juventus, Atlético e Independência foi encaminhado a UTI no início de janeiro deste ano e tinha apresentado uma leve melhora em seu quadro clinico, mas acabou não resistindo à agressiva doença.


Ilzomar é natural do Pará e veio para o Acre com 18 anos como jogador profissional, onde foi atleta por quatro clubes acreanos e se formou no curso de Direito da Universidade Federal do Acre (UFAC) e ingressou na Polícia Civil do Estado como delegado. Há poucos anos, Ilzomar se aposentou e foi morar fora do Estado com a família. Ao descobrir que estava com câncer, resolveu ficar perto dos demais familiares no Estado do Pará.


O delegado era reconhecido no Acre como um dos melhores goleiros de sua época e mesmo exercendo a profissão como membro da Polícia Civil, após deixar os gramados, nunca deixou o esporte de lado. Ilzomar gostava de fazer corridas, caminhadas, dança de salão e academia e nos tempos livres nunca deixou de jogar seu futebol com os amigos.


O diagnostico da doença acabou levando toda a família a unir forças no apoio à recuperação do delegado. Um dos maiores incentivos dele era os três filhos do primeiro casamento e a atual esposa Aurinete Souza, mas a doença com características muito agressivas afetava sua fala e os movimentos dos músculos e a deglutição, o que ocasionava a paralisia do corpo.


Segundo sua esposa, Aurinete Souza, a doença neurodegenerativa é rara e atinge mais os atletas e ex- esportistas. “Não sei se é câncer, só sei que é uma doença rara que a maioria das pessoas que são esportistas ou ex-esportistas acabam tendo”, disse.


Aurinete que atendeu com exclusividade a reportagem do ac24horas disse que Ilzomar era tudo em sua vida. “Ele representava tudo pra mim, pois quando viemos embora para cá, eu estava com depressão e querendo me matar por ter perdido minha filha de 14 anos. O Ilzomar me mostrou que valeria a pena viver e superar minha perda”, contou.


A esposa do delegado, bastante emocionada, lamentou a morte do marido e disse que Ilzomar faleceu no dia que fez três anos e quatro meses da morte de sua filha. “Minha filha morreu e agora ele também me deixou”, lamenta Aurinete.


De acordo com Aurinete, o corpo do delegado Ilzomar será enterrado em Rio Branco no cemitério São João Batista. “Eu levarei o corpo do Ilzomar para ser enterrado no Acre. Chegamos a Rio Branco na noite desta segunda-feira, mas ainda não sei o horário”, explicou.


Nas redes sociais, familiares, amigos e conhecidos prestavam as condolências pela morte do delegado. Na página do perfil de Ilzomar no facebook, por exemplo, várias mensagens estão sendo postadas com diversos elogios pelo profissional e esportista que foi no Acre. Sua esposa ao publicar a noticia da morte de Ilzomar, disse que ele morreu como um guerreiro, pois teria enfrentado a doença com todas as forças.


Ilzomar deixa a esposa e três filhos, além de um legado de história no Acre no memorial esportivo e na área da Segurança Pública do Estado. Sua paixão pela dança se conjuga com o esporte e principalmente com a história de deixar uma das cidades do Brasil que é Belém do Pará em pleno desenvolvimento na época para vir morar no Acre sozinho com apenas 18 anos de idade como jogador de futebol profissional.



Rio Branco FC – 1986 – Paulo Maravalha, Paulo Roberto, Ilzomar, Roberto, Valmir, Marquinho Amor e Chicão – Gil, Jorge Luiz, Oton, Paulo Henrique e Venícius (Foto: acervo Jorge Luiz)


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