Secretário afirma que ideia é que todos os 390 presos custodiados na Papudinha passem a usar tornozeleira eletrônica. TJ-AC confirmou contato feito pela Segurança, mas disse que nada ficou acertado.
Após a morte de quatro pessoas e incêndio de três carros e uma moto em uma nova onda de violência, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, sugeriu o fechamento Unidade Penitenciária UP4 – onde ficam os presos do regime semiaberto.
Ele afirmou que a ideia é que todos os 390 presos custodiados na Papudinha passem a usar tornozeleiras eletrônicas.
Dos mortos nesta sexta (2), um foi o presidiário Mossiame Damasceno Lima, atingido por disparos de arma de fogo enquanto saía da Papudinha. Três carros e uma moto de detentos que estavam no estacionamento do presídio foram incendiados e ficaram totalmente destruídos.
Ao G1, o Tribunal de Justiça do Acre confirmou que houve o contato por parte da Segurança Pública, mas que não ficou nada acertado com a Vara de Execuções Penais.
Conforme o secretário, o fechamento do presídio já está em tratativa com a Vara de Execuções Penais. Segundo ele, colocar tornozeleira eletrônica em todos os presos do semiaberto seria uma forma de garantir a fiscalização e monitoramento dos custodiados.
“Já estamos em tratativa com a Vara de Execuções Penais e essa conversa está bastante avançada, é uma situação que vai acontecer. Nós temos 390 presos na Papudinha. Esse pessoal que é do semiaberto sai de manhã, praticam todo tipo de violência, se quiserem praticar, e voltam à noite como se nada tivesse acontecido para se recolher. Então, o que a gente pretende fazer é colocar tornozeleiras eletrônicas em todos com a autorização da Justiça e desativar a Papudinha”, disse o secretário.
Mortes violentas
Após registrar quase 50 mortes violentas durante o mês de janeiro em todo o Acre, a capital acreana, Rio Branco, registrou quatro homicídios na madrugada desta sexta-feira (2).
Todos foram assassinados com pistola .40 que é de uso restrito, de acordo com a polícia. As informações foram confirmadas pelo delegado Rêmulo Diniz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“As mortes começaram a partir das 2 horas, o Ciosp começou a receber os chamados e a DHPP foi acionada e já iniciou as investigações. Depois do ocorrido no bairro Defesa Civil, foram mais dois crimes, sendo dois no Residencial Jequitibá e um na saída da UP4, quando também houve incêndio a carros e também motocicleta”, falou.
O delegado informou ainda que, por conta da proximidade em que os crimes ocorreram, a polícia investiga se os crimes têm ligação.
A primeira morte ocorreu por volta de 2h no bairro Defesa Civil. A vítima, Romário Silva do Nascimento, de 25 anos, estava dormindo quando teve a cada invadida. Os criminosos atiraram contra ele, que foi atingido com ao menos três tiros.
Em seguida, no bairro Jequitibá, duas mortes foram registradas também na madrugada. As vítimas foram identificadas como José Ricardo Souza Batista Júnior, de 26 anos, e Samuel de Oliveira, de 18.
A última morte foi a do detento que cumpria pena no regime semiaberto, Mossiene Damasceno Lima, de 34 anos. De acordo com o delegado, Lima já tinha sofrido ameaças. Na ação, três carros e uma moto foram incendiados por detentos.