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Após inspeção, juíza determina que presos do regime fechado continuem em presídio atingido por fogo no Acre

Ao todo, 74 presos vão permanecer na ‘Papudinha’. Presídio foi incendiado pelos próprios detentos na quarta (7) e 60% da unidade ficou destruída.


Após uma inspeção na Unidade Prisional 4, a “Papudinha”, a juíza Luana Campos, da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco, definiu que os 74 presos que cumprem pena no local em regime fechado devem ser mantidos no presídio.


A UP4 foi incendiada na quarta-feira (7) pelos próprios detentos após um preso ser morto e outro ferido na saída da unidade. O fogo destruiu cerca de 60% do presídio. No mesmo dia, a juíza determinou que os presos do regime semiaberto se apresentassem no Presídio Francisco d’ Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.


A magistrada afirma que uma equipe do Ministério Público do Acre (MP-AC) foi até a Papudinha e um engenheiro afirmou que era possível manter os detentos na área, pois a parte em que ficam os sentenciados em regime fechado não foi atingida.


“O engenheiro disse que é preciso retirar logo a parte que queimou de cima para evitar que caia e ocorra um acidente. Não vai ter a necessidade de mandar esses presos para o interior, o que a gente também estava trabalhando seria de mandar os presos do regime fechado 3 para a Unidade Prisional do Quinari (UPQ), mas por hora serão mantidos na ‘Papudinha’”, afirma.


60% da unidade prisional 'Papudinha'  foi comprometida (Foto: Arquivo pessoal )

60% da unidade prisional ‘Papudinha’ foi comprometida (Foto: Arquivo pessoal )


Luana explicou ainda como foi feito o alojamento dos 320 presos que cumpriam pena na UP4. Segundo ela, uma parte dos detentos vai ser alocada no pavilhão que fica ao lado do FOC que era ocupado pelas mulheres. A área passou por uma limpeza e adaptação rápida.


O restante foi encaminhado para ao Pavilhão G do FOC, pois, segundo a juíza, é preciso separar os grupos por facções criminosos. Além disso, 100 presos devem ser transferidos para a UPQ.


“Hoje, infelizmente, nós precisamos dividir por facção. Então, essa facção lá do antigo presídio feminino fica o comando vermelho e neste Pavilhão G ficam as pessoa do PCC e Bonde dos 13”, explica.


Papudinha foi incendiada pelos próprios presos em Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal )

Papudinha foi incendiada pelos próprios presos em Rio Branco (Foto: Arquivo pessoal )


Prisão domiciliar

Os presos vão ser gradativamente transferidos para o regime de prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica. A magistrada afirma que até sexta (9) devem chegar 182 novas tornozeleiras e, após o Carnaval, mais 300 equipamentos. Dessa forma, todos os 320 seriam monitorados eletronicamente.


A juíza destaca que os detentos vão passar para o regime domiciliar devido à falta de vagas nos presídios, que, segundo ela, estão todos superlotados, e não por causa da proposta da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-AC) de desativar a “Papudinha”.


“Funciona assim, durante o dia esse preso sai para o trabalho dele com a tornozeleira e de noite ele se recolhe na casa dele ao invés de ir ao presídio como ocorria antes. Na Papudinha não tem como ficarem e precisam cumprir a pena dessa forma”, afirma.


Para se ter uma ideia, a população carcerária do Acre em 2011 era de 1,5 mil presos. Porém, segundo a magistrada, atualmente há 3 mil detentos somente em Rio Branco, mas as vagas continuam as mesmas.


“Infelizmente a gente está enfrentando essa guerra de facções e nós, enquanto Poder Público, precisamos dar uma resposta para a sociedade de que de fato estamos combatendo isso e a forma de fazer isso seria com prisões”, destaca.


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