Após enxurrada, família cede casa e abriga vizinhos atingidos por água de igarapé em Rio Branco

Professora Marcicleia Freitas abriga quatro famílias na casa dela, no bairro da Paz. Moradores têm recebido doações de alimentos para oferecer aos desalojados.


A família da professora Marcicleia Freitas, de 39 anos, abriu as portas de casa para abrigar os vizinhos atingidos pelas águas do Igarapé Batista, no bairro da Paz, em Rio Branco. Cerca de quatro famílias, da Rua Sabiá, passaram a dormir e comer na casa da professora deste a noite de terça-feira (13), quando choveu mais de 277 milímetros na capital acreana.


A Defesa Civil estima que 900 famílias foram atingidas pela exurrada,após a chuva intensa que atingiu a cidade entre a noite de terça (13) e madrugada de quarta (14). Entre os bairros atingidos estão o Recanto dos Buritis, Baixada da Sobral, Bairro da Paz, São Francisco, Nova Estação e Residencial Santa Inês.


“Ontem [quarta, 14], alguns comeram aqui, agora tomaram café e voltaram. Alguns só comem aqui, porque não tem como abrigar todos. Tem muita família precisando, em situação muito crítica. A maioria vem para comer e volta para casa para não perder nada”, detalhou a professora.



Marcicleia relembrou, nesta quinta (15), que foi acordada na madrugada de quarta pelos vizinhos batendo na porta dela. Os moradores pediam para guardar alguns móveis na varanda da residência enquanto a água invadia as casas e molhava tudo pela frente. A família tem recebido doações de alimentos para oferecer aos moradores desalojados.


“Moramos eu, meu esposo e dois filhos, só que um estão viajando. Como têm quartos desocupados, cedi para as pessoas dormirem. Era para ter vindo muita coisa, mas não deu tempo. Me acordei às 3h com o pessoal chamando para colocar as coisas aqui. Todo mundo foi para rua na chuva retirar as coisas, mas não deu tempo”, concluiu.


Uma das famílias que está na casa da professora é do diarista Weliton França, 30 anos, e Andressa Oliveira, de 20 anos. Eles, que dividem uma casa com mais seis pessoas, também perderam tudo e precisaram sair às pressas de casa.


“A nossa foi uma das primeiras casas que alagou. Somos em oito lá. Molhou tudo lá em casa. Ficamos com a roupa do corpo. Foi a primeira vez que passei por isso”,


França contou que mudou recentemente para o local. Antes ele, a esposa e os dois filhos, de 3 anos, e uma bebê, de 10 meses, moravam no bairro Alto Alegre, mas precisaram mudar para a casa da sogra, no Bairro da Paz.


“Não tive coragem de ir lá ver como está, mas ficou tudo molhado. Vamos ficar por aqui até secar”, lamentou.



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