Coletiva tratou de assuntos ligados à elevação dos rios Acre e Madeira, que preocupam a população acreana
Em coletiva realizada nessa sexta-feira (12) na Casa Civil, a governadora em exercício Nazaré Araújo, acompanhada de autoridades do Corpo de Bombeiros do Acre e do Instituto de Mudanças Climáticas, discorreu sobre assuntos ligados aos níveis dos rios Acre e Madeira, que, devido ao aumento dos níveis, começa a preocupar a população.
A governadora destacou que a preocupação remete à situação enfrentada pelo Estado em 2014, quando a alagação histórica prejudicou diversos municípios e desabrigou centenas de famílias. Nesta sexta, na medição das 12h, o registro do rio Acre ficou em 13,28m – apenas 22 centímetros abaixo da cota de alerta (13,50 metros).
Na última quinta-feira (11), o prefeito Marcus Alexandre deu iniciou nesta quinta-feira, a execução do Plano de Contingência do Município, com a ordem de limpeza do Parque de Exposições Wildy Viana e de construção dos cem primeiros boxes para o caso de necessidade de acolher famílias desabrigadas pela cheia do manancial.
Durante a coletiva, um dos pontos mais destacados foi o papel da Usina de Jirau, localizada em Porto Velho (RO), na alagação da BR 364 e no impedimento do tráfego de veículos pela estrada. “A cota atual do rio Madeira é oriunda apenas do nosso período climático, ou também envolve o que se chama ‘vazão’ das usinas hidrelétricas?”, questionou Nazareth sobre a terceira maior usina do país.
A governadora em exercício também destacou que um documento sobre o assunto, assinado pelo governo do Acre e pelo governo de Rondônia, foi enviado à Presidência da República. “Para que a oferta de energia não isole nem prejudique o Estado. Me dirigi ao governador de Rondônia, Confúcio Moura, que assina, junto comigo, um documento à Presidência da República pedindo trato prioritário do assunto na nossa região. Não acreditamos que acontecerá uma alagação, mas caso aconteça, serão tomadas todas as providências”, afirmou.
“A Usina de Jirau está fazendo, desde 2015, a regulação do nível da água desse rio. Quando está se aproximando da pista, eles aumentam a vazão e esse nível diminui. A cota do rio Madeira está 19,96m – a uma distância de 80 centímetros para transbordar pela BR –, e em 2015, o nível do Madeira chegou a quase 22m. Mesmo chegando nessa cota, a usina conseguiu regular o controle dessa vazão. Mas se houver grandes precipitações no rio Madeira, pode ocorrer uma inundação desde que a usina não faça a regulação. É basicamente isso”, disse o Coronel Batista.
Vera Reis, diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas, disse que a condição atual não é equivalente às condições de 2014, ou seja, não existe o mesmo cenário propício para outra história alagação.
“Na área do Abunã, sabemos que é uma situação diferente, já que existe chuva intensa até antes do Natal e influência de águas vindas do Peru e da Bolívia. A Usina de Jirau, hoje, tem condições de evitar que a estrada seja inundada. Em 2015 e 2017, ela cumpriu as normas de operação estabelecidas pela Agência Nacional de Águas. Ou seja, com os acompanhamentos e as ações sendo executadas, mesmo que as chuvas se intensifiquem, o risco é maior no Abunã, e esse risco deve ser controlado pelas usinas, especialmente a de Jirau”, detalhou Reis.