Direção do Hosmac diz que Sesacre estuda medidas para repor remédios. Sindmed-AC diz temer que pacientes tenham crises.
Médicos, enfermeiros e pacientes se reuniram nesta segunda-feira (29) para protestar contra a falta de medicamentos essenciais em frente ao Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), no bairro Sobral, em Rio Branco.
Ao menos 18 medicamentos não estariam disponíveis, segundo o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), entre eles o carbonato de lítio de 300 mg por via oral, ampolas de hadol 5mg/ml e prometazina de 25 mg.
O diretor do Hosmac, Marcos Araripe, afirma que a equipe do Sindmed-AC esteve na unidade na última terça (23) e se reuniu com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) para que os medicamentos fossem restabelecidos. Ele nega que o hospital corra risco de fechar as portas, pois o Ministério da Saúde, em dezembro de 2017, adotou uma nova política para apoiar a permanência dos hospitais psiquiátricos.
“A situação está relacionada à falta de medicamentos essenciais para pessoas em surto e atendimento laboratorial. A Sesacre está se reunindo nesta segunda (29) para tentar suprir essa necessidade que estamos enfrentando no momento. Têm algumas situações [estruturais] que precisam de uma reforma e vamos levar essas situações para a Saúde e sentarmos para buscar uma resposta”, destaca.
O presidente Sindmed-AC, José Ribamar, afirma que os pacientes estão com tratamentos interrompidos e que a falta da medicação pode causar crises depressivas, transtornos bipolares e de ansiedade nos pacientes.
“Observamos a falta de medicamentos após uma vistoria de rotina, fizemos várias solicitações à Sesacre, mas nada foi feito. O protesto de hoje [segunda, 29] é para chamar a atenção, pois sem o tratamento adequado tememos que essas pessoas tomem atitudes extremas, como o suicídio”, lamenta.
Ribamar afirma ainda que o sindicato vai encaminhar um ofício para o Ministério Público (MP-AC) e ao Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) reivindicando que haja uma atenção maior ao serviço oferecido pelo Hosmac.
“Essas pessoas precisam de apoio e acompanhamento. Sem o tratamento, tememos que algo aconteça com elas. Tudo o que queremos é que o serviço funcione da maneira que deve ser. Inclusive, até mesmo pacientes e parentes de pessoas que precisam dos remédios se reuniram no protesto”, finaliza.