Pais montaram espaço e compraram material escolar para o menino, que recebe lições em casa. Criança, de 3 anos, tem um tumor maligno no tronco cerebral.
O pequeno Thiago José, de 3 anos, luta três há meses contra um câncer no tronco cerebral. Apesar da pouca idade, ele tem um sonho: ir para a escola. A família que vive em Rio Branco decidiu, então, montar uma sala de aula para ele em casa mesmo. Todos os dias Thiago senta em uma cadeira e uma mesa de plástico, que foram doadas, recebe lições e colore desenhos.
O pai do menino, Thiago Léo Costa, que trabalha com serviços gerais, diz que não sabe de onde o filho tirou o desejo de estudar, mas a família se uniu, improvisou um uniforme e comprou uma mochila. O móvel da sala virou a prateleira dos livros, as letras do alfabeto foram grudadas na parede e o tapete é o espaço da soneca.
“Acho que ele viu em algum lugar e isso despertou nele o sonho de ser estudante. Toda vez que ele vê alguém sentado em uma sala de aula na TV ele diz que quer estudar. Ele nunca foi para uma escola, mas sempre viu a minha filha mais velha indo, acho que isso criou o desejo nele”, conta.
O local também recebeu uma lousa, mas a família ainda aceitam doações de livros, lápis de colorir e cadernos. Costa diz que o filho não pode sair de casa por causa da imunidade baixa.
“A médica disse que ele está vivo por um milagre. Disse que ele não pode receber visitas de pessoas gripadas ou com conjuntivite. Ele vive mais separado em casa. Nas aulas pegamos o caderno dele e vamos ensinando devagar, sem forçar. Ele vai pintando, faz desenhos. Para nós, é algo muito forte, ele vive um dia após o outro”, destaca o pai de Thiago.
Diagnóstico
O menino foi diagnosticado com um tumor maligno no tronco cerebral após perder os movimentos de um dos braços e ser levado ao ortopedista. Após a consulta, o médico encaminhou a criança para um neurologista no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) que fez uma tomografia e detectou o tumor.
“O tumor é no pior lugar, pois é no tronco cerebral, não tem como operar. A médica mesmo já chegou a dizer para nós que não pode fazer absolutamente nada. Não pode fazer cirurgia e nem biopsia”, lamenta.
Ao buscar o tratamento de radioterapia, o pai foi informado pelo médico de que a chance de cura do filho era de no máximo 15%. No entanto, eles decidiram tentar e, após a primeira sessão, depois de analisar a ressonância e a tomografia, o responsável disse que iria fazer o tratamento, pois houve efeito no caso.
No entanto, com o uso dos remédios e a radioterapia, Thiago fica inchado e continua enfrentando dificuldades para se movimentar. Os pais se intercalam para ficar com ele no Hospital da Criança quando ele tem crises.
“Eu passava a noite com ele e, às vezes, já ia direto para o trabalho, ficava intercalando com a minha esposa. Mesmo com a medicação, ele ainda está recuperando a movimentação das mãos e da perna. Ele têm dificuldades, anda com a gente segurando nas mãos dele”, relata.
Ajuda
O menino deve viajar para Porto Velho (RO) para fazer oito sessões finais do tratamento pois a máquina de radioterapia do Hospital das Clínicas, em Rio Branco, está quebrada.
No entanto, o pai diz que a casa de apoio da cidade não tem vagas e eles devem ficar na casa de um parente. O problema é que eles vão ter que custear o transporte e a alimentação. O casal pede ajuda para arrecadar dinheiro para as despesas.
Ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que o aparelho está quebrado e informaram que um novo equipamento deve ser instalado no início de abril. Os pacientes que faziam tratamento no local vão ser encaminhados para hospital de Porto Velho (RO).
“O médico disse que essas oito sessões são as mais importantes, minha esposa foi no TFD para ver se consegue viajar na próxima semana. Queremos dar continuidade na escolinha dele para quando ele voltar do tratamento em Porto Velho. Toda ajuda é bem-vinda, todas as doações serão muito bem recebidas”, destaca.
Quem quiser ajudar o Thiago pode procurar a família na Rua Travessa Paraíba, nº 346, bairro Montanhês, em Rio Branco. As doações também podem ser feitas no Sesi, em Rio Branco, onde o pai trabalha.