‘Estou revoltada com o que o INSS fez com meu marido’, diz mulher. INSS diz que mototaxista não tinha qualidade de segurado da previdência.
O mototaxista Luiz Roberto da Silva, de 65 anos, morreu nesta quarta-feira (24) após ficar acamado devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu no ano passado. O G1fez matéria sobre a situação de Silva, que teve o auxílio-doença negado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Maria de Fátima, de 50 anos, mulher do mototaxista, se diz revoltada com a falta de apoio que o marido teve do INSS. Fernando Júnior, gerente local do órgão, diz que Silva teve benefício negado pela perícia.
Silva não resistiu e faleceu em sua casa. “O pessoal da Cidade da Justiça disse que o benefício dele foi concedido, mas não recebemos nada. Se não fosse o pessoal da Assistência Social do Município, eu não tinha nem como comprar um caixão para sepultá-lo. Estou revoltada com o que o INSS fez com meu marido. Não entendo como o benefício de um pai de família é negado. Se não fosse a ajuda de amigos, ele teria morrido de fome. Não pedi nada que não seja o direito dele. Meu marido não foi o primeiro a ter o benefício negado pelo INSS”, conta.
O gerente do INSS, Fernando Júnior, conta que o mototaxista teve o benefício negado pela perícia médica. Ele diz ainda que Silva não contribuiu como mototaxista.
“Trabalhou com carteira assinada até 2002 e não tinha qualidade de segurado da previdência. Em maio de 2017 requereu um LOAS [Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social] que foi negado pela perícia, por não preencher os critérios de deficiência – que é um amparo assistencial para quem não comprova ser segurado, que se enquadra no requisito por questão de renda. Só que a perícia negou. A perícia para o LOAS é mais rígida que o auxílio-doença”, explicou.
O corpo do mototaxista está sendo velado na sede da associação da categoria, bairro da AABB e será enterrado às 8h de quinta-feira (25) no Cemitério São João Batista.
