Advogada do adolescente disse que a internação dele já foi decretada. Menor se entregou na sexta (27) após o vídeo de vítima sendo decapitada viralizar.
Um adolescente de 17 anos se entregou à polícia após uma ordem do pai e confessou ter participação na morte de Débora Freitas Bessa, de 19 anos, que aparece sendo decapitada em um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (26).
Débora estava desaparecida desde o último dia 9 de janeiro e foi encontrada pela família no dia 13 em uma região de mata no bairro Caladinho, em Rio Branco.
As informações sobre o menor ter confessado a participação foram confirmadas pela advogada que representa ele, que não quis ser identificada para preservar o adolescente. Ao G1, ela relatou que o pai trabalha como pedreiro e que a família decidiu se mudar de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, para Rio Branco em busca de uma vida melhor.
A advogada disse ainda que foi até a casa do adolescente acompanhada do tenente-coronel da Polícia Militar (PM-AC) Paulo Fernandes para levar o jovem até a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), no Segundo Distrito da capital acreana.
“O pai disse que ele ia e que se ele tinha feito coisa errada tinha de se entregar. Os pais dele são muito humildes, a situação toda é muito complicada e triste. Nesse momento ele [adolescente] disse que não vai especificar qual foi a participação dele e que vai falar somente em juízo”, explicou.
O menor já era procurado pela polícia, segundo a advogada, assim como os outros suspeitos que já foram identificados. Ela afirma que a internação dele já foi decretada ainda na noite de sexta (26) devido à gravidade do crime.
O adolescente vai ser encaminhado, ainda neste sábado (27), ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito e depois levado para a pousada.
“Ele ainda não foi acusado de nada, não tive acesso aos autos e o inquérito ainda não foi finalizado. A gente não sabe exatamente do que ele está sendo acusado. Ele disse que em juízo vai confessar qual foi a participação dele até mesmo nas filmagens”, complementou a advogada.
O tenente-coronel Paulo Fernandes afirmou que o menor não falou nada durante o caminho até a delegacia. Ele lembra que o jovem estava assustado e que os pais estavam emocionalmente abalados com a situação.
“A gente nem questionou muito, fizemos os procedimentos necessários e entregamos na delegacia. Começamos a ação por volta de 17h e até 20h30 estávamos envolvidos. A situação dos pais me comoveu muito, eles que conversaram para que ele se entregasse”, conto Fernandes.
Investigação
Ao G1, o delegado Cristiano Bastos, que está responsável pelo caso na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o menor foi ouvido pelo delegado plantonista na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), mas deve ser ouvido também na DHPP na próxima semana.
Bastos destacou que o caso já está bem avançado e os outros envolvidos já foram identificados. “Vamos fazer oitivas, mas faltam alguns detalhes na investigação e ouvir alguns envolvidos. Em relação ao menor, já foi encaminhado para a delegacia o procedimento do ato infracional”.