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Justiça nega pedido de danos morais a policial que processou empresário após denúncia de ‘milícia’ no Acre

Advogado de PM disse que vai consultar cliente para saber se devem recorrer. Caso foi denunciado pelo empresário Jarbas Soster em 2014.


A Justiça do Acre negou o pedido de danos morais a um policial militar que processou o empresário Jarbas Soster, sócio de um posto de combustíveis, em Rio Branco, após ele denunciar que policiais negociavam quantias em dinheiro para garantir a segurança do estabelecimento. O caso foi denunciado em dezembro de 2014.


O advogado Efrain Santos da Costa, que representa o policial, disse que vai entrar em contato com o cliente dele para discutir se devem recorrer novamente do caso.


“Ainda vamos avaliar, mas não acredito que ele não vai querer recorrer. Todos os policiais além dele que entraram tiveram o pedido negado. As decições informaram que não dava para individualizar o dano moral, pois ele [empresário] não tinha citado o nome de ninguém. Mas, teve um PM, que ele citou e que também foi negado os danos morais”, explica.


A sentença da 2ª Turma Recursal foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) na última sexta-feira (19). A decisão da juíza de direito Zenice Cardoso diz que não houve comprovação de ‘comportamento doloso capaz de impor a obrigação de ressarcimento”. A magistrada destacou ainda que a imagem do PM não foi denegrida.


Ao G1, o empresário disse que dez policiais entraram na Justiça do Trabalho contra ele e que tiveram êxito em todas as ações. Ela disse ainda que os agentes recorreram ao Tribunal do Trabalho de Porto Velho e perderam novamente.


Ele afirma que estuda com um advogado a possibilidade de ingressar com uma ação contra o estado, pois os PMs são funcionários públicos. Soster diz que entrou em contato com a Polícia Militar na época, mas que nada foi feito.


“Não quero prejudicar esses indivíduos, pois eles têm família para sustentar. A omissão do estado é o que mais me intrigou, pois levei o caso ao governo do Estado e nada foi feito. O que ocorreu conosco já aconteceu com outros empresários comerciantes”, lamenta.


Entenda o caso

Em dezembro de 2014, o empresário Jarbas Soster acusou um grupo de policiais militares de negociar e cobrar quantias em dinheiro para fazer a ronda e garantir a segurança do estabelecimento. O empresário disse que há quatro anos era obrigado a pagar, mensalmente, uma quantia próxima a R$ 10 mil.


Soster disse na época que um sargento da PM era responsável pela coordenação do serviço e que foi ameaçado após suspender o pagamento.


O policial afirmou que o trabalho não era feito durante o horário de trabalho na polícia. Ele também confirmou todos os valores em dinheiro recebidos, mas disse que tratava-se de um “bico” e que nunca usou viatura.


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