O secretário adjunto de Saúde, Irailton Lima, emitiu carta, que julga conter comentários pessoais, chamando sindicalistas de “contendores de baixa estirpe, pelegos e despreparados”. Insiste no clichê “mídia golpista”, não se envergonha de invocar Dilma Roussef e tenta negar, mesmo diante de fartas provas, que os trabalhadores do setor não foram demitidos; que nenhum benefício da categoria foi retirado; e que as entidades sindicais buscam “desgastar o governo, cumprindo o papel de força auxiliar da oposição”. Diz ser culpa dos próprios sindicatos o cancelamento de centenas de contratos, por ordem da Justiça do trabalho. E admite: o projeto aprovado na Aleac que torna o Pró Saúde autarquia estadual está vetado, encerrando qualquer esperança dos 1.800 funcionários de serem mantidos no serviço público.” O erro da gestão do governador Tião Viana tem sido respeitar em excesso um sindicalismo fraco de concepção e anão de representatividade. Como interlocutor do governo, sou, talvez, o principal responsável por isso”, argumentou o subsecretário.
Rosana contra ataca
A presidente do Sinteac e da Central Única dos Trabalhadores no Acre, Rosana Nascimento, considerou destemperada a postura de Irailton. “O movimento sindical atrelado a governo e à CUT Nacional querem, de fato, a volta do ladrão (Lula) e toda a sua corja. Quem começou as reforma foi a Dilma e o PT. Ela disse que nem que a vaca tussa tiraria direitos. Mas tirou. O primeiro ato foi tirar direito na tentativa de privatizar a Caixa e BB. Privatizar a Embraer foi Dilma que começou. Reforma da previdência a Dilma ela já fez uma. Os sindicato buscam apoio dos políticos de direita. São os únicos que ainda nos recebem, por que esse governo fascista não ouve ninguém, nem resolve os problemas dos trabalhadores – pelo contrário, só os prejudica cada vez mais. Os sindicato estão corretos em buscar mandatários que não são pau mandado do Tião Viana e do Temer. A CUT no Acre tem independência suficiente para se contrapor a isso, do contrário eu não seguiria esse caminho”, disse a sindicalista.
Irailton mentiu ao afirmar que o aumento da alíquota previdenciária sobre os proventos dos aposentados, de 11% para 14%, teria sido negociado com os sindicatos. “A reunião com do governo com a gente foi para comunicar. O deputado Daniel Zen, como é do seu feitio, deixou claro que não tinha negociação e que os deputados iriam aprovar e pronto. Sindicato não é obrigado dialogar só com quem é do PT ou com falsos esquerdistas”.
“O senhor Irailton é incompetente mesmo. Foi expulso do Instituto Dom Moacy e não tem moral para resolver os problemas sem se submeter às ordens ditatoriais de seu chefe. Se ele tem interesse na privatização da saúde é por que sua mulher tem empresa que sobrevive disso. Quanto às demissões, poderiam ser evitadas. É óbvio que o governo não tem compromisso com manutenção e geração de emprego e renda. Se o governador paga em dia não é por que ele é bonzinho. É sua obrigação e exigência legal, considerando o endividamento público diante de tantos empréstimos – o que, já faz tempo, inviabilizou a saúde financeira do estado”, declarou Rosana.
“O movimento sindical foi destruído pelo PT. Todos sabem da jogada para minar a representatividade dos trabalhadores. Eles pagam sindicalistas petistas que traem pais de família e vendem a pauta do trabalhador. Esse governo apenas defende sindicalistas petistas ladrões cooptando-os a esvaziar mobilizações e greves. De fato, é difícil fazer movimento com a pressão do assédio moral que esse governo faz através dos seus chefetes medíocres – esses mesmos que em breve serão obrigados a voltar para seu posto de trabalho e prestar contas com os trabalhadores que eles traíram. Estamos sob o chicote de um gestor terrorista e torturador”, disse a presidente do Sinteac.
“O Irailton realmente é culpado por ser somente um pau mandado do Tião Viana e não tem capacidade de passar no concurso. Quando esse governo sair e perder esse posto de pau mandado, ele ficará desempregado, sendo sustentado pela mulher – se ela ainda o quiser sem o status de vassalo estatal”, concluiu a professora.