Deficientes físicos reclamam de falta de cadeiras e fornecimento de materiais ortopédicos no Acre

Cadeirantes afirmam que Estado não possui materiais que ajudam na locomoção. Deficientes físicos contam que situação se arrasta há anos.


Falta de materiais. Esse é um problema que os cadeirantes afirmam enfrentar há um longo tempo no Acre. Os deficientes físicos reclamam que o Estado não possui cadeiras de rodas e para banho, bengalas, muletas, órteses, próteses, fraldas, sondas e bolsas receptoras.


Segundo eles, os materiais não são fornecidos para quem precisa há meses, mas que o problema já se arrasta há anos.


G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e foi informado que todo material que é comprado passa por um processo licitatório e que, no caso das sondas e coletores, os materiais já foram licitados. Em relação às fraldas descartáveis, o secretaria disse que são itens de higiene pessoal, então, não caracteriza material médico hospitalar.


Sobre a questão das órteses e próteses, o gerente da Oficina Ortopédica, Leunam Ramos, informou que todo o material chegou só que as borrachas, que são também necessárias na confecção da órteses e próteses, chegaram erradas.


“Entramos em contato com o fornecedor para que o fornecedor entrasse em contato com o fabricante e eles já estavam se movimentando no mês de dezembro. A gente espera que agora no mês de janeiro o fornecedor envie o material correto para a oficina continuar suas atividades. Vale lembrar que todo o restante do material, tirando a borracha, já se encontra na oficina”, garantiu.


José Aurismar da Silva, vice-presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Acre (Capedac), fala que o Estado também não fornece suplementos alimentares para crianças com paralisia cerebral. Ele afirma que a última entrega de cadeiras de rodas foi em 2015.


Em 2016, houve entrega de cadeiras de banho, quando uma empresa fez doação para a Oficina Estadual de Órteses e Próteses.


“Desde maio do ano passado a gente não recebe sondas e coletores [bolsas receptores]. Nós estamos comprando as sondas, que custam R$ 1 a unidade, e saco coletor, que tem preço de R$ 0,75. Se não fosse isso, a gente não ia conseguir urinar. A gente está tendo um gasto médio de R$ 300 por mês somente com sondas e sacos coletores”, conta o vice-presidente da Capedac.


De acordo com Silva, a Saúde alega que a falta de materiais e suplementos alimentares para crianças com paralisia cerebral ocorre devido à falta de recursos, fator creditado à crise econômica. “Somente em Rio Branco, há mais de 300 pessoas que precisam desses materiais, é muita gente. Se na capital a situação está difícil, imagine nos municípios do interior?” questiona o cadeirante.


Entenda

Quem precisa de materiais ortopédicos e outros vêm enfrentando o problema da falta de recursos há um longo tempo. Em julho do ano passado, mais de 150 pacientes que precisam da oficina ortopédica fizeram uma abaixo-assinado onde alegavam prejuízos à saúde e mobilidade devido à oficina não estar funcionado. O Estado estava sem recursos para fazer as trocas os materiais.


Já em outubro de 2017, pelo menos 800 pessoas com algum tipo de deficiência estavam à espera de órteses, próteses e equipamentos que vão ajudam na locomoção do dia a dia.


À época, a situação era mais grave ainda com a entrega de cadeiras de rodas. Com isso, O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento preparatório para investigar denúncias ainda no mesmo mês.


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