Com diferença de R$ 895, brancos ganham 36% a mais do que os negros no Acre

Índice é superior ao registrado em 2016, quando brancos ganhavam 31% a mais que os pretos no estado. Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral.

A diferença da renda média mensal da população branca em relação à preta teve aumento no Acre de 2016 para 2017. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 3° trimestre do ano passado a diferença salarial entre brancos e negros no estado foi de 36%, 5% a mais do que o registrado no mesmo período de 2016, quando a porcentagem era de 31%.


No 3° trimestre do ano passado, o rendimento médio mensal do branco foi de R$ 2.516, enquanto o do preto foi de R$ 1.621. Ou seja, negros ganhavam R$ 895 a menos do que os brancos. Os dados do IBGE mostram que no mesmo período de 2016, brancos ganhavam em média R$ 2.250 e negros tinham um rendimento de R$ 1.551 – R$ 699 a menos que os brancos na época.


Os números são Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNADCT), feita pelo IBGE no Brasil e no Acre desde 2012. De acordo com o órgão, os dados se referem ao número total de pessoas de 14 anos ou mais ocupadas ou que estavam trabalhando e ganhando algum rendimento no Acre durante o 3° trimestre de 2016 e 2017.


Andressa Nascimento, supervisora da PNADCT no Acre, lembra que desde que a pesquisa começou a ser feita no país, em 2012, o rendimento médio da população negra e parda no estado acreano nunca ultrapassou o da branca. “É algo que se repete desde a primeira divulgação da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012”, reforça a supervisora da PNADCT.


Andressa explica ainda que o número de pessoas autodeclaradas negras vem diminuindo no Acre a cada nova pesquisa. No 3° trimestre de 2017, as pessoas autodeclaradas negras representavam 4,4% da população do estado, enquanto as pardas e brancas representavam 75,8% e 19,1% respectivamente. No mesmo período de 2016, 4,9% da população se declarou preta, 76% parda e 18,4% branca.


Pardos e brancos

Quando o rendimento médio do branco no 3° trimestre do ano passado é comparado com o do pardo, a diferença salarial sobe para 33%. Os dados da PNADCT mostram que o salário médio entre as duas raças no período foi o seguinte: brancos ganhavam R$ 2.516 enquanto pardos recebiam R$ 1.497, uma diferença de R$ 1.019 em relação aos brancos e de R$ 124 aos negros.


Enquanto o rendimento médio da população branca era de R$ 2.250 no 3° trimestre de 2016, a da parda estava em R$ 1.509. Isso significa que os pardos ganhavam R$ 741 a menos que os brancos no período daquele ano, uma diferença de 33%, superior ao comparativo branco/preto, cuja disparidade salarial média mensal era de 31%.


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