Jovem conta que ficou quase dois meses com infecção na orelha e não teve assistência por parte do estúdio. Jailton Sacramento, proprietário do estúdio, diz que vai se pronunciar posteriormente.
Após ficar com a orelha deformada devido uma forte infecção causada pela aplicação de um piercing na orelha, um estudante de 24 anos, que prefere não se identificar, precisou recorrer à Justiça para pedir indenização por danos morais e materiais.
O jovem alega que não recebeu nenhuma assistência do estúdio de Tatuagem Dai Tatto. O empresário Jailton Sacramento, conhecido como Dai, enviou uma nota dos seus advogados para rebater a versão do estudante.
A defesa informou que o processo é complexo e que não poderia ter sido julgado no Juizado Especial Cível. “Há necessidade de perícia para aferir de forma científica se, efetivamente, a causa da infecção do reclamante foi decorrente do processo de colocação do piercing no estúdio ou se foi decorrente de negligência das recomendações feitas pelo reclamado em todos os casos de aplicação de piercing, como o do caso em tela”, destaca a nota.
A nota, assinada pelos advogados Raphael Correa Góes e José Alberto Góes, diz ainda que o próprio estudante confirmou ter usado capacete logo após a colocação do piercing.
“Provas suficientes de que o estúdio não teve qualquer influência no suposto processo infeccioso desenvolvido na orelha do autor, sendo certo que quando procurado, mesmo ciente de que não tinha qualquer participação no suposto evento danoso, prestou todo o auxílio ao cliente”, destaca a nota da defesa do empresário.
A decisão foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) nesta segunda-feira (8). Segundo o órgão, o estúdio foi condenado a pagar pouco mais de R$ 1 mil por danos materiais e outros R$ 2 mil por danos morais.
O jovem conta que ficou quase dois meses com a infecção e que sentia muitas dores. O estudante afirma que procurou o estúdio para informar o problema e que não teve atenção ou assistência.
O caso ocorreu em novembro de 2016. De acordo com o estudante, ele resolveu fazer o procedimento em um estúdio pensando que seria algo mais seguro, mas acabou tendo o problema.
“Infeccionou, peguei uma bactéria hospitalar e acabou deformando minha orelha. Dois dias depois que eu coloquei o piercing, começou a inflamar e antibiótico nenhum deu jeito. Como a orelha estava muito inflamada, o médico precisou abrir para fazer uma limpeza. Foi uma dor horrível que eu senti”, lembra o jovem.
Na decisão, a Justiça destacou que o estúdio falhou na prestação do serviço ao não prestar a devida assistência ao cliente depois de ter sido informado sobre o problema. A decisão ainda cabe recurso.