Militar atirou contra a multidão que tentava retirar alimento prometido pelo governo de Nicolás Maduro
Um agente da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela matou domingo com um disparo uma mulher grávida durante uma distribuição de pernis natalinos subsidiados pelo Estado venezuelano no oeste de Caracas, segundo um boletim de ocorrência policial ao qual a Agência Efe teve acesso.
O boletim indicou que um grupo de pessoas estava “à espera de benefícios sociais oferecidos pelo governo (pernil)” e “se tornou violento”, por isso “uma comissão da Guarda do Povo compareceu ao local”.
Nesse momento, “um dos funcionários militares, fazendo uso indevido de sua arma de regulamento, efetuou disparos contra a multidão, ferindo a vítima, que foi transferida ao hospital mais próximo, onde deu entrada sem os sinais vitais”, indicou a polícia.
Centenas de venezuelanos protestaram nos últimos dias depois que o governo chavista descumpriu sua promessa de entregar para mais de 6 milhões de famílias pernis tradicionais de Natal com preços subsidiados.
O incidente foi confirmado também pelo vereador Jesús Armas do município Libertador, onde ficam os distritos Antímano e El Junquito, entre os quais ocorreu o caso.
“Havia um operação de venda de pernis ali, mas os pernis não foram suficientes, então as pessoas começaram a protestar e o guarda ficou muito nervoso, entrou em desespero, e começou a atirar. Ele acabou atingindo esta jovem gestante de 18 anos na cabeça e outro jovem de 20 anos nas nádegas”, disse Armas.
O vereador solicitou informações de moradores locais que presenciaram a tragédia. Segundo a polícia, o fato ocorreu no “quilômetro 1 da Estrada Nueva Caracas-El Junquito, em frente ao módulo móvel” da GNB.
A vítima responde pelo nome de Alexandra Colopoyn, tem 18 anos de idade e estava grávida de 25 semanas, segundo o boletim policial.
O governo chavista incluiu as forças armadas, das quais fazem parte a GNB, no esquema de distribuição de alimentos subsidiados com o qual o presidente Nicolás Maduro tenta lutar contra a inflação galopante no país.
Milhões de venezuelanos dependem dos alimentos que são distribuídos a preços reduzidos pelo Estado devido à hiperinflação no país.