Marlucia Candida disse que também se vestiria de ‘Nega Maluca’ e internautas acusam a primeira dama de racista
Ao fazer uma postagem no Facebook em apoio ao professor de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) que se vestiu do meme ‘Negão do WhatsApp’ em aula da saudade na última semana, a primeira-dama do Acre, Marlucia Candida, foi criticada nas redes sociais.
Os comentários repercutiram de forma negativa quando Marlucia também afirmou que já quis se fantasiar de Nega Maluca para uma festa à fantasia. Em publicação, um jovem chegou a afirmar que a primeira-dama estava prestando solidariedade a um ato racista.
Na publicação da primeira-dama, ela diz que se sentiu inspirada pelo professor de medicina da Ufac Giovanni Casseb, que também é médico, e revelou que gostaria de ser mais irreverente na sua profissão de arquiteta.
Marlucia lembrou ainda na postagem que foi professora de Casseb na oitava série na disciplina de educação artística e que fez ‘irreverências para despertar a arte’. A primeira-dama do estado acrescentou que o antigo aluno tem bom coração.
“Ali fizemos algumas irreverências para despertar a arte […] a sua alma é boa, siga o seu coração”, afirma Marlucia na postagem.
Em outro comentário, um jovem que criticou a primeira-dama disse que é “fácil se fantasiar de negra sendo branca e rica”, em referência à posição de Marlucia como primeira-dama do estado.
Revoltados com a atitude do professor ao se vestir de ‘negão do WhatsApp’, jovens fizeram um protesto e invadiram a cerimônia de colação de grau dos alunos de Casseb, na última sexta-feira (15), na sede da Ufac.
Ainda nas redes sociais, uma internauta, que apoiou o posicionamento de Marlucia, disse que foi um exagero do grupo que invadiu a colação de grau da turma de medicina e polemizou ao dizer: “vocês não são diferentes de ninguém mas é isso que querem ser”.
Ao G1, Casseb disse, no dia 14 desse mês, que escolheu a fantasia do ‘negão do WhatsApp’ por causa do uso do meme pelos alunos e pelo tema da festa dos acadêmicos ser ‘festa na piscina’.
“Na verdade, a ideia da fantasia foi tirar uma brincadeira com eles, porque tem um grupo deles do internato que sempre rolou esse meme e o do ano foi o do negão do WhatsApp. Então, todo mundo caía, alguém mandava um arquivo dizendo que era resultado de residência e quando abria era o negão do WhatsApp. Inclusive eu caí várias vezes”, explicou o professor.
Casseb também negou que se fantasiou com a intenção de constranger alguém. “Não tinha conotação racista nenhuma. Acho que o pessoal está exagerando muito. Eu utilizei o meme, não foi pela cor dele, foi o meme da internet. Isso é de domínio público. Se for assim, todas as pessoas que compartilharam esse meme são racistas?”, questiona o professor.
O professor, que dá aulas há 11 anos, aplica provas fantasiado na disciplina de fisiopatologia há 4 anos. No início de dezembro, ele recebeu críticas quando se fantasiou de palhaço Pennywise, personagem do filme ‘It, A Coisa’.