Menores contam sonhos para o futuro. Diretora de Política de Assistência social explica que mitos rondam a questão do trabalha infantil.
O Jornal do Acre 2ª Edição abordou, nesta segunda-feira (11), o trabalho infantil no estado. Em 2004, eram 30.509 crianças trabalhando. Já em 2015, eram 17.338, o que representa uma queda de 43%. Mas, ainda assim os números não são animadores.
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e mostram ainda que no Brasil são quase 2 milhões de crianças e adolescentes trabalhando até o ano passado. A maior parte é de adolescente entre 14 e 17 anos.
No estado, há oito cidades onde o trabalho infantil predomina. São elas, Cruzeiro do Sul; Porto Walter; Marechal Thaumaturgo; Rodrigues Alves; Tarauacá; Feijó; Sena Madureira e Rio Branco.
Eles sonham em ser médicos, professores, bombeiros e tantas outras profissões no futuro, mas alguns interromperam esses sonhos por terem que trabalhar para ajudar no sustento da família. É o caso de um adolescente de 16 anos, que trabalha no Centro da capital acreana, limpando para-brisas de carros.
Ele diz que tem vontade de ser policial ou bombeiro, mas ao ser questionado pela reportagem se acredita que vai se qualificar, ele é enfático. “Acho possível mais ou menos, porque eu não tenho estudo”, diz.
A diretora de Política de Assistência Social, Claudia de Paoli, explica ainda que muitos mitos rondam a questão do trabalho infantil.
“ Tem vários mitos, mitos de que é melhor trabalhar que ficar na rua, melhor trabalhar que roubar. Como se a criança não tivesse outra alternativa do que trabalhar ou roubar”, pondera.
Em agosto deste ano, crianças entre 5 e 12 anos foram flagradas trabalhando em casas de farinha em Cruzeiro do Sul. O Ministério Público do Trabalho e órgãos ligados aos direitos da criança e do adolescente vêm desenvolvendo ações para o combate do trabalho infantil.
“Quando a assistente social ou a psicóloga, depois do estudo de caso, percebe que a criança está numa situação que seus vínculos com a família foram rompidos, que não tem nenhuma possibilidade de convívio, essa criança é retirada. E tem os abrigos que são os acolhimentos institucionais para crianças e adolescentes”, finaliza Claudia.