Falta material para emissão das carteiras de identidade em Rio Branco dura há um mês. Polícia Civil alega que processo de troca da empresa responsável e alto número de solicitações foram responsáveis pela demora.
Casar. Esse era o sonho que a autônoma Maria José Castro ia realizar neste ano. Mas, devido à falta de material para emissão de carteiras de identidade em Rio Branco, o sonho da mulher foi por água abaixo.
Há três meses, ela solicitou a emissão da carteira de identidade e a demora na entrega não permitiu que ela participasse do casamento coletivo e ter alguns benefícios sociais.
“É a quarta vez que venho aqui [na OCA]. Moro em um ramal muito distante, na estrada de Porto Velho. Perdi o casamento do projeto cidadão por causa do RG. Não consegui dar entrada no salário-maternidade da minha filha e nem no Bolsa Família. Vamos ver agora se resolve. Mais uma viagem antes que a OCA entre em recesso de fim de ano”, declara Maria.
Assim como Maria, o agrônomo Nacildo Farias também teve dor de cabeça com a demora na entrega das carteiras de identidade. Ele também está esperando há três meses pelo documento, que devia ter sido entregue há cerca de 15 dias.
“ Vou perder o emprego porque sem a identidade eu não tiro a carteira de trabalho. E aí, como vou fazer? O patrão só me deu até o dia 20 do mês que vem. Venho na OCA toda semana atrás dessa identidade. O pessoal diz que vai chegar e já vai fazer três meses. Pensei em casar agora com minha esposa no final do ano, mas não vou poder”, reclama Farias.
Em Rio Branco, cerca de 80 mil carteiras de identidade são produzidas por ano, uma média de 8 mil por mês. O material para a emissão está em falta na cidade há pelo menos 30 dias.
Segundo o Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), a matéria-prima para impressão acabou devido ao processo de troca da empresa responsável pela impressão e ainda o alto número de solicitações neste mês.
Segundo a Polícia Civil, responsável pelo DPTC, 9 mil documentos vão ser entregues na OCA até terça-feira (26). “Os RGs estão prontos e sendo finalizados. Em processamento, temos dois mil. Tem uma força-tarefa de servidores que estão no processamento dos RGs para que cheguem até o final do ano no posto de entrega”, afirma Sandro Roberto, diretor do Instituto de Identificação.
Roberto garante ainda que os documentos solicitados em caráter de urgência não deixaram de ser entregues. Ele afirma que a situação vai ser normalizada no início de 2018. “No ano de 2018, o nosso contrato é integrado com todos os insumos e entregas de RGs. Então, não vai ter mais o problema de atraso até porque nosso contrato rege uma entrega de RG em 72 horas”, finaliza.