Júri Popular durou 24 horas. Dos oito réus, um foi absorvido e penas somadas de acusados chegam a 166 anos.
Após 24 horas de duração, chegou ao fim o júri que julgava o caso envolvendo Marta Souza de Oliveira, acusada de mandar matar o namorado da filha, o vigilante Wisney Rodrigues da Silva, de 29 anos, em fevereiro de 2016.
Dos oito réus que eram julgados pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, sete foram condenados a penas que, somadas, chegam a 166 anos. Os executores foram Manoel Vieira e Júnior da Silva, segundo a Justiça, e cada um foi condenado em 25 anos.
Anderson de Souza foi absolvido a pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC). Já Marta foi condenada a 24 anos de prisão.
As investigações apontaram que ela planejou o crime por não aceitar que uma das filhas dela namorasse o vigia. Os demais investigados estariam ligados diretamente na execução da vítima.
A filha de Marta, que namorava o vigia na época do crime, disse ao G1que acredita na inocência da mãe e que a sentença foi uma injustiça. Daniela Silva, que hoje tem 18 anos, diz que passou de 9 a 11 meses com a vítima e que a mãe não aceitava o relacionamento deles porque ele a traía.
“Minha mãe não queria que eu ficasse com ele, porque ele me traía. Ele ficava com outras mulheres e, justamente, quando ela foi falar com ele sobre mim, encontrou uma mulher lá. Por isso, pediu que ele deixasse eu viver a minha vida, porque eu já tinha um filho”, conta.
Daniela diz ainda que não há provas concretas contra a sua mãe e acredita que Marta deve sair logo da prisão.
“Porque não procuraram provas? Não tem nada de concreto, só uma gravação dizendo que passou na casa da minhã mãe. Eu estava em casa e ninguém deu arma. Agora cada um fala o que quer, ouve o que quer. Minha mãe é inocente. A justiça do homem falha, mas a de Deus não. E eu tenho certeza que a justiça não foi feita, a justiça vai ser feita quando a minha mãe sair da cadeia. A justiça vai ser feita, porque Deus é justo e minha mãe não vai ficar lá na cadeia esse tempo que estão dizendo”, desabafa.
Ela diz ainda que teve contato com a mãe na cadeia e que Marta tinha plena convicção que seria absolvida.
“Não abandonei minha mãe em nenhum momento e ela tava acreditando que ia sair. A consciência dela não é pesada. Ela crê em Deus, eu creio também e não dou quatro anos para minha mãe ser solta, porque o Deus que a gente serve é maior. Eu não chamo isso de justiça, mas sim coisa mal investigada”, reclama.
Ao ser questionada se o filho que tem é da vítima, Daniela diz que o filho é apenas dela e que não quer nenhum tipo de ligação com a família do vigilante morto.
Já Maria Conceição, mãe da vítima, diz que ficou satisfeita com a sentença e que tem convicção de que Marta é culpa. “Tenho plena convicção, que ela foi a mandante. Meu filho foi inocente. Pedi que ele não se relacionasse com essa menina, mas não obedeceu. Fiquei felicíssima com a sentença. A Justiça do homem já foi feita, agora falta a de Deus, que ainda vem”, finaliza.