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Indígenas fecham trecho da BR-364 em Cruzeiro do Sul em protesto por falta de energia

Sete aldeias e três comunidades alegam estar sem energia há três dias. Eletrobras diz que uma equipe já foi encaminhada até o local para negociar com os indígenas.


Indígenas e moradores de comunidades na BR-364 fecharam um trecho da estrada desde a madrugada desta quinta-feira (14) em protesto por falta de energia. Segundo os manifestantes, eles estão há três dias com um perímetro de mais de 3 km sem luz.


Ao G1, o gerente regional da Eletrobras, José Melo, informou que uma equipe foi enviada ao local para resolver a situação. “Já temos uma equipe no local para tentar solucionar o problema, então, assim que possível, vamos resolver isso”, garantiu.


A dona de casa Maria Berenice Silva, de 37 anos, disse que a falta de energia atrapalha na distribuição de água e que o problema tem prejudicado todos os moradores.


“Quando falta energia não temos água e não tem ninguém para atender, ontem [quarta, 13] eu liguei cinco vezes e nada. Estamos bebendo água suja porque não tem energia para puxar”, disse.


O comerciante Manoel Monteiro, de 37 anos, falou que nos três dias em que a população está sem energia o prejuízo já ultrapassa os R$ 500. “Toda vez que falta é esse aperreio, quase todo dia está faltando energia e quando eles vêm fazem um gato e de tarde já está sem energia de novo”, conta.


A liderança indígena Fernando Katukina disse que uma das maiores preocupações é com as vacinas que ficam armazenadas no posto das aldeias e que estão estragando. “Quem é que vem ressarcir nossos prejuízos? Vacina estragada é prejuízo para o governo e para as comunidades”, reclama.


Uma equipe da Eletrobras esteve no local, mas foi impedida de passar. Com gasolina, os manifestantes ameaçaram atear fogo em um carro oficial da empresa. A Polícia Federal interviu impedindo o dano ao patrimônio e liberou o veículo. A BR continua interditada sem previsão de liberação. “Não vamos liberar até alguém aparecer e resolver nosso problema”, finalizou o indígena.


Comunidade alega que está sem energia  (Foto: Anny Barbosa/G1)

Comunidade alega que está sem energia (Foto: Anny Barbosa/G1)


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