Ideia surgiu há 13 anos em bairro de Rio Branco. ‘Não é todo dia que a gente tem almoço’, diz mulher beneficiada.
Cansada de ver as pessoas do bairro passando por necessidades, a dona de casa Raimunda Silva, conhecida como a Raimunda da Sopa, resolveu fazer algo para melhorar a comunidade em que vive. Há 13 anos, ela decidiu iniciar distribuição de sopa no bairro Plácido de Castro, em Rio Branco.
No terreno onde mora, ela fez uma pequena sala, de 5×7 m, onde todas as quartas-feiras distribui a sopa para as pessoas carentes do bairro.
“A ideia surgiu após ver as necessidades do próximo, porque moramos em uma comunidade muito carente”, conta.
Para promover a ação, ela conta com a ajuda de voluntários e doações. Mais de noventa famílias são beneficiadas pelo projeto, segundo dona Raimunda. E aos 59 anos ela se mostra muito disposta para sempre ajudar em seu bairro.
“Eu me sinto tão feliz, tão feliz. Todo dia, eu agradeço a Deus. Quarta-feira me sinto realizada porque, por mais um dia, as minhas crianças tomaram a sopa e levaram pra casa”, diz animada.
Raimunda teve cinco filho. Um deles morreu, mas os outros quatro e o marido também se empenham no trabalho voluntário. Além de outras pessoas, como é o caso de Conceição das Chagas e Nazaré de Assis.
“Desde quando ela começou estou aqui. Me sinto muito bem ajudando as pessoas”, conta Conceição. Nazaré completa e diz que a amiga é merecedora de toda e qualquer ajuda.
“Eu estava sem trabalhar e resolvi então vir ajudar, porque é bom a gente se ajudar. E ela é uma pessoa muito esforçada e guerreira”, pontua.
‘Quarta-feira é dia especial’
Tanto amor é afago para quem recebe o gesto desses voluntários. Meira da Costa traz os oito filhos semanalmente para tomar a sopa.
“Ajuda muito, porque às vezes não tem almoço. Não é todo dia que você tem almoço em casa. Então, quarta-feira é um dia muito especial para eles. É um espaço da família”, acrescenta.
Muitos ainda levam a marmita de sopa para casa. Pela primeira vez provando a sopa, Alexandra Freitas diz que o projeto é maravilhoso.
“Esse projeto de ajudar as famílias é maravilhoso. Ajuda as famílias e as crianças carentes do bairro”, salienta.
Espaço cultura
E se engana quem pensa que os sonhos de Raimunda param por ai. No mesmo local onde construiu essa pequena salinha para acomodar os beneficiados com a sopa, ela sonha em aumentá-lo e tornar o espaço um local de cultura no bairro.
“Meu projeto é aumentar para 16×25 m. Quero fazer com que as crianças tenham aula de teatro, dança e de música. Tudo eu quero envolver a comunidade. Deus um dia vai me ajudar. Eu gosto de sonhar porque sonho é a única coisa que a gente não paga”, finaliza.