Cientista da Ufac diz que velocidade das mudanças climáticas traz realidade ‘assustadora’

Em 2017, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Porto Acre e Brasileia decretaram situação de emergência por causa da seca do Rio Acre.

Em 2017, o Acre sofreu com a seca em vários municípios do estado. Durante o ano, quatro cidades do estado decretaram situação de emergência por causa da seca do Rio Acre: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Porto Acre e Brasileia. Agora, o Acre está no período de chuvas e na iminência de uma nova enchente.


Isso ocorre por causa das mudanças climáticas que, segundo o pesquisador da Ufac Foster Brown, já são consideradas como um ‘novo normal’.


“No novo normal, inclusive em outras partes do mundo, especialmente nas áreas polares, as mudanças são muito drásticas. Até assusta a velocidade de mudanças. Aqui nós estamos percebendo que a intensificação do ciclo de água está acontecendo, isso significa secas e chuvas mais fortes”, explica o cientista.


Brown ressalta ainda que o clima nos últimos quatro anos tem registrado recordes na região. “Para mim, enquanto cientista, é muito preocupante porque nos últimos quatro anos tivemos registros recordes a cada ano, seja inundação, seja seca”, explica.


O Bujari, um dos municípios que passaram por dificuldades com a seca, chegou a ter racionamento de água e precisou ser abastecido por caminhões pipa da capital. Pouco mais de dois meses depois, a cidade voltou a receber água das chuvas e o volume dos reservatórios da cidade já atingiu a capacidade máxima.



O diretor de Operações do Interior do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), David Bussons, explica a atual situação da cidade. “Tivemos um período crítico que a gente acompanhou este ano e, logo depois que chegaram as chuvas, em menos de dois meses, o reservatório do Bujari recuperou o volume de água”, fala.


O diretor diz ainda que o mês de setembro foi o que menos choveu nos últimos 40 anos e que isso teve impacto direto na captação de água dos municípios do estado. Bussons fala também em buscar novas soluções para que o problema não volte a acontecer.


“A gente aprendeu que vai ter que monitorar melhor esses reservatórios e, quem sabe, antecipar os períodos de racionamento nos municípios durante o auge do verão que está ficando mais rigoroso”, acrescenta o diretor do Depasa.


O cientista da Ufac também acredita que algo deve ser feito. “Temos uma série de coisas que a sociedade tem que fazer. A sociedade decidindo fazer isso é outra coisa, acho que a gente tem que repensar nossa relação com a natureza, com o próprio planeta”, finaliza Brown.


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