Maioria das mortes em Sena Madureira foi causada por guerra entre facções criminosas, diz delegado. MP-AC e Segurança Pública se reuniram para discutir situação no município.
De janeiro até esta terça-feira (12), 17 mortes violentas foram registradas em Sena Madureira, interior do Acre. Um levantamento da Polícia Civil revela que foram quase dois homicídios por mês no principal município do Vale do Purus.
A principal causa do alto índice é a guerra entre facções, responsável por 14 dos 17 assassinatos, segundo a polícia. Desse total, duas mortes foram causadas por latrocínio, roubo seguido de morte, e uma pela Polícia Militar do Acre (PM-AC). Os crimes resultaram em 46 prisões e apreensões na cidade.
Segundo Marcos Frank Costa, coordenador da regional do Purus, a maioria das vítimas foram homens, 16 no total, entre 15 e 22 anos. O levantamento aponta ainda que a maioria dos crimes teve dois ou mais autores, alguns chegaram ter até cinco envolvidos.
“Dessas 17 mortes, tivemos 46 pessoas presas ou apreendidas entre autores e suspeitos. Faltam somente quatro suspeitos serem presos, mas estamos em diligências. Podemos dizer que todos os homicídios violentos em Sena Madureira foram elucidados”, garante o delegado.
Segundo a Promotoria de Justiça Cível do Ministério Público do Acre (MP-AC), na cidade, 165 armas de fogo ilegais foram apreendidas no município até esta terça, o número supera os alcançados em 2015 e 2016 juntos. Além disso, o órgão aponta que foram 80 tentativas de homicídio.
Devido à situação, representantes do MP-AC e da Segurança Pública se reuniram no último fim de semana para encontrar medidas que diminuam a violência em Sena Madureira. Monitoramento do Presídio Evaristo de Moraes e instalação de câmeras na cidade foram algumas das soluções apresentadas.
“Ficou acertado um planejamento para concurso público para encaminhar mais efetivo para as polícias Civil e Militar para a cidade. Também estamos aguardando a nomeação de alguns peritos criminais. Também ficou acertado que seriam investidos mais equipamentos tecnológicos para o presídio [bloqueador de celular] e polícia [comunicação via rádio]”, acrescenta Costa.
O G1 entrou em contato com Júlio César de Medeiros, da Promotoria de Justiça Cível do MP-AC e idealizador da reunião entre o órgão e a Segurança Pública, mas não obteve retorno até esta publicação.