Ato ocorreu em frente do Teatro Plácido de Castro. Categoria pede que governo reveja decisão.
Cerca de 400 pessoas, entre militares do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e familiares, se reuniram, nesta sexta-feira (29), em frente ao Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, para protestar contra os cortes nos salários anunciado pelo governo.
O protesto também ocorreu em Cruzeiro do Sul, quando militares se reuniram em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros, na Avenida 25 de Agosto.
A categoria deve receber menos a partir de janeiro de 2018, conforme decisão do Governo do Acre, após ter recebido uma recomendação do Ministério Público Estadual (MP-AC).
Os salários vão sofrer cortes entre R$ 91 e R$ 321 sobre o salário e até R$ 800 na sexta parte, garantida aos servidores públicos que cumpriram 25 anos de serviços efetivos prestados.
Logo após a divulgação dos cortes, o subcomandante-geral da Polícia Militar do Acre, coronel Ricardo Brandão apresentou requerimento pedindo exoneração da função.
O presidente da Associação de Militares do Acre, Joelson Dias, disse que o ato é uma forma de repudiar a decisão do governo.
“Foi a maneira que a gente encontrou de chamar atenção do governo e dizer que não aceitamos essa nova medida, essa nova interpretação que o governo tem dado à Constituição”, disse.
Ele diz ainda que os cortes interferem diretamente no trabalho e qualidade de vida do militar e que o governo, por sua vez, poderia ter mantido o pagamento dos militares sem a redução.
“Foi apenas uma recomendação e nós sabemos que há embasamento jurídico para desconsiderar essa recomendação e o militar continuar recebendo como sempre recebeu”, pontuou.
O ato contou com a participação de militares que estavam de folga. Dias destaca que não há indicativo de paralisação, mas espera que o governo tome uma providência.
“Temos uma preocupação muito grande com a sociedade e sabemos que esse é um momento muito difícil, onde a irresponsabilidade do governo do estado e da Secretaria de Segurança Pública tem ocasionado um verdadeiro banho de sangue na nossa sociedade. O que a gente espera é que esse impasse seja resolvido e não precisemos tomar medidas mais drásticas”, finalizou.
O governo enviou nota ainda na quinta-feira (28) informando que os comandantes da Polícia Militar do Acre (PM-AC), coronel Júlio César, e do Corpo de Bombeiros do Acre, coronel Carlos Batista, se reuniram nesta com o procurador-geral de Justiça do MP-AC, Oswaldo D’Albuquerque.
A ideia, segundo a nota, é buscar caminhos legais para pagar os valores referentes à sexta parte, assim como a complementação do salário mínimo devem ser pagos normalmente, sem nenhuma diminuição, já no início de 2018.
No encontro, um novo prazo para a adequação foi solicitado ao MP-AC. O coronel da PM também descartou qualquer tipo de greve por parte da categoria.
“A maioria da tropa está alinhada e isso já é página virada, pois vai ser solucionado em breve. A tropa está com força total nas ruas trabalhando forte e vamos trabalhar muito nos próximos dias para garantir a segurança da população neste fim de ano e, claro, a partir de janeiro seguindo na luta por uma cultura de paz”, disse em nota ao governo.