Violência contra mulher é ‘tema’ do Campeonato Keyla Viviane de futsal feminino, que será disputado em Rio Branco (AC), em homenagem à vendedora assassinada por ex-companheiro
O 1º Campeonato Keyla Viviane de futsal feminino será disputado em Rio Branco, capital do Acre. Com times nomeados como Feminicídio, Violência Doméstica, Empoderamento, Machismo e Maria da Penha, a competição tem como tema a ‘Violência contra a mulher’.
O nome do torneio é uma homenagem a Keyla Viviane dos Santos. A vendedora morreu aos 29 anos, após ter sido esfaqueada em frente à loja de confecções em que trabalhava em Rio Branco, em março de 2016. Seu nome ‘batiza’ a lei 2.210, que inclui no calendário oficial da cidade 1º de março como o Dia Municipal da Não Violência Contra a Mulher.
O caso de Keyla Viviane, assassinada pelo ex-companheiro, teve grande repercussão no Acre e foi um dos primeiros a ser julgado como feminicídio. A jovem era tia do idealizador e presidente do Invictus Futebol Clube, Matheus Tavares, de 22 anos.
Pesquisas apontam que o Brasil tem pelo menos 500 casos de agressões físicas por hora contra a mulher. Isso representa mais de 4 milhões de brasileiras agredidas. Segundo Segundo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Acre é o 4º estado do Brasil com maior índice. Tavares diz que unir este tema ao esporte é uma forma de alertar a todos.
– O Invictus acredita no feminismo, no empoderamento da mulher e na equidade social. Os nomes dos times são palavras chaves para a situação do caso da tia Vivi, que foi morta cruelmente, ano passado, pelo seu ex-companheiro. É uma homenagem. Essa foi a forma que encontrei para fazer com que as meninas possam jogar, e relembrar o quanto minha tia foi especial e não merecia uma morte cruel – destaca.
Os jogos ocorrem aos domingos, na quadra do Colégio Acreano, na capital. Segundo regulamento da competição, todos jogam contra todos, e ao final, quem tiver a maior pontuação leva o título. Confira a tabela:
– Como no Acre o futsal feminino não é muito valorizado e as competições são escassas, o investimento que já não existe para o masculino, fica cada vez pior para as meninas, então tive a ideia de fazer esse campeonato interno e colocar as meninas para jogar. O caso foi um dos primeiros no Acre a ser julgado como feminicídio – conclui o dirigente.
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O Invictus Futebol Clube foi criado a partir de um projeto social voltado para jovens carentes de 13 a 19 anos e disputa competições de base organizadas pela Federação Acreana de Futsal (Fafs), em Rio Branco, capital do Acre.