Raimunda Feitoza conseguiu reunir parte da família neste final de ano e comemorou: ‘muita felicidade’, diz.
Seis gerações, muito amor e várias histórias para contar. Se o Natal significa família reunida, aqui está um bom exemplo. Aos 107 anos, Raimunda Feitoza já viveu mais de um século de abraços e carinhos nesta época especial.
Sobre a data em que nasceu, ela é rápida em responder. “1910. Num domingo, às 5h da manhã”, comenta.
E quem escuta a dona Raimunda conversar numa boa, imagina que a vida é mansa, né? Que nada! Apesar da idade, ela tem muita disposição e viajou mais de 400 quilômetros, de Tarauacá até Rio Branco, só pra estar com a família no Natal e no Ano Novo. As lembranças desses 107 anos de vida, são muitas. O casamento que durou mais de 67 anos está vivinho na memória.
Perguntada com que idade se casou, ela diz: “Com 15 anos, mas mudaram para 16 que eu era muito nova ”, afirma dona Raimunda.
Poder reunir a família de novo é motivo de felicidade pra ela. É a primeira vez que eles conseguem se reunir assim no Natal. “Amém. Muita felicidade, minha família tá toda aqui”, comemora .
E olha, que no Natal deste ano não estava nem a metade da família. Eles já perderam as contas de quantos netos a dona Raimunda tem. São mais de 70. Tetranetos são 4, uma delas é a Júlia de 3 anos, que conheceu dona Raimunda na ocasião.
Dos 15 filhos de dona Raimunda, só 5 estão vivos. Maria de Lourdes, de 82 anos, é uma delas. É com ela que dona Raimunda mora. O dia a dia de uma senhora de 107 anos, surpreende.
“Tudo que se botar pra comer ela come bem, vai para o banheiro sozinha. A saúde dela é boa, melhor que a minha. Ela não tem diabete, não tem pressão alta nem nada. Eu tive derrame, tenho tudo”, conta a filha, Maria de Lourdes.
Na hora de explicar quem é filho de quem e quem é neto de quem, não tem como evitar a confusão e as risadas.
“Esta é filha desta, que é filha desta e é mãe desta”, tenta explicar a dona de casa Izemar Souza.
A pedagoga Cilene Rocha é bisneta de dona Raimunda e foi ela quem organizou a reunião da família que era um sonho de vida.
“Sempre tive um sonho de reunir a família porque nem todo mundo tem o privilégio que a nossa família tem. Seis gerações já. Para mim é uma honra ter a minha bisavó com 107 anos do nosso lado e se Deus quiser vai muito mais”, diz.
Até ela se confunde quando fala do orgulho que tem da bisavó.
“Se a minha vó está onde ela chegou é pelo amor e cuidado que minha bisavó…é porque é tanta vó, bisavó, fico um pouco perdida”, brinca.