Advogado preso após dizer ser integrante de facção tem acesso de raiva em cela e afirma ter sido espancado por policiais

Manoel Elivaldo Batista de Lima Júnior danificou porta de banheiro após ter refeição suspensa. Defesa vai pedir transferência de cliente do Batalhão Ambiental.


Em depoimento à Justiça, o advogado Manoel Elivaldo Batista de Lima Júnior, preso preventivamente após afirmar ser integrante de uma facção criminosa, acusa policiais do Batalhão Ambiental de o espancarem na noite de sábado (2). O espancamento teria ocorrido depois que ele danificou uma porta do banheiro da cela onde estava. Por esse episódio, o advogado foi indiciado por dano ao patrimônio público.


Ao G1, a Polícia Militar informou que não vai se pronunciar sobre as acusações do advogado, mas que atuação da PM já foi reportada ao Judiciário.


O advogado Silvano Santiago, responsável pela defesa de Júnior, disse que a atitude do cliente ocorreu após um acesso de raiva, depois que um policial suspendeu a refeição dele. “Ele deu um chute por lá e quebrou essa porta. Ele falou que um policial fez intriga com ele e o deixou o dia todo sem comer e já revoltado acabou fazendo isso”, disse Santiago.


Advogado que foi preso por afirmar ser de facção criminosa acusa policiais de espancamento

Advogado que foi preso por afirmar ser de facção criminosa acusa policiais de espancamento


Em seguida, segundo Santiago, policias entraram na cela na tentativa de imobilizar Júnior e acabaram machucando o cliente. “Acabou que o médico fez um laudo de exame de corpo de delito e constatou que ele [Júnior] foi lesionado”, afirma o advogado de defesa.


O advogado informou ainda que vai pedir realocação do colega de profissão para outro setor prisional. “Vou averiguar com autoridades a possibilidade de transferir ele para uma outra unidade, para que uma situação como esse não volte a acontecer”, explica.


O advogado complementa que a ocorrência deve ser investigada pela Polícia Militar, porque o cliente denunciou os policiais do Batalhão Ambiental. “Ele [Júnior] denunciou que foi espancado e que a polícia exagerou”, afirma.


No domingo seguinte ao ocorrido (3), Júnior foi ouvido pela Justiça e indiciado por dano ao patrimônio público, mas a decisão foi suspensa e advogado de Júnior aguarda exame de sanidade mental do cliente.


Santiago diz ainda que se for comprovado que Júnior estava fora de si no momento que gravou os vídeos, o cliente não vai sofrer penas e deverá ser tratado em casa ou receber tratamento internado em instituição especializada.


“Se comprovada a insanidade, porque ele não teria condições de compreender o caráter ilícito da atitude que ele tomou quando agiu daquela forma com a arma, vão ser tomadas medidas de segurança, que são os tratamentos que ele pode receber estando internado ou em casa”, explica Santiago.


ENTENDA


Manoel Elivaldo Batista de Lima Júnior foi preso em setembro, em Rio Branco, e teve registro profissional suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AC), por causa dos vídeos onde aparece portando uma suposta submetralhadora e afirmando ser integrante de uma facção criminosa que atua na capital.


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