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Acre é o sexto estado com maior redução de recursos para projetos de mobilidade urbana

Redução foi de 68%, segundo levantamento. Prefeitura diz que tem um programa amplo de mobilidade.


No Acre, de janeiro a outubro, houve uma redução de mais de 65% no repasse de projetos de mobilidade urbana. Ao longo da ciclovia na Avenida Antônio da Rocha Viana, os ciclistas reclamam de buracos e falta de sinalização.


“Tá cheio de buraco. As pessoas param o carro dentro da ciclovia. Não tem sinalização e a gente tem que dividir o espaço com carros na rua. É difícil andar por aqui. Acaba que a gente vai para o meio da rua correndo risco de ser atropelado porque não tem nenhuma sinalização aqui”, reclama o borracheiro Rodrigo Ferreira.


Além de ciclovias com pouca estrutura, rio-branquenses ainda precisam conviver com ruas sem calçadas, postes colocados em lugares pouco estratégicos para pedestres e buracos na pista.


“A cidade está entregue aos buracos, falta infraestrutura. Com isso, a gente tem alta manutenção de custos dos nossos veículos. Já sofri prejuízos financeiros com troca de pneu e amortecedor”, destaca Weverton Souza, gerente de RH .


Os números obtidos através da lei de acesso à informação mostram que o Acre foi o sexto estado com a maior redução de recurso para projetos de mobilidade urbana e o primeiro da região Norte. Alagoas foi o estado com o maior número de redução de recursos, de 100%.


Seguido do Espírito Santo, com 85,89%; Rio de Janeiro, com 84,04%; Rio Grande do Norte, com 81,93%; Maranhão com 78,45% e o Acre com 68,43%.


Para o beneficiário Manoel Bezerra, a infraestrutura das vias ainda precisam melhorar e muito.


“Eu gostava de andar por aqui [no Centro], mas agora evito o máximo, porque é muito difícil para sair. É desviando de buraco, de obstáculo que tem na calçada, fora os carros que disputam com a gente. Para você se locomover, portador de deficiência física, tem que ter muita vontade de vencer, senão você não consegue”, pontua.


A Secretaria de Planejamento de Rio Branco diz que a grande dificuldade está na liberação de recursos pelo governo federal. E garante que a capital tem um programa amplo de mobilidade.


“O prefeito, desde que assumiu, tem investido em muitos recursos desde a parte de estruturação do nosso modelo. Nós temos um plano de mobilidade do município e o plano está em execução. Acontece que a partir de 2016, apesar de termos projetos de mobilidade prontos e aprovados pelo governo federal, os recursos do PAC [Plano de Mobilidade Urbana] foram contingenciados. Então, a partir daí, nós estamos tendo dificuldade de aportar novos recursos para mobilidade urbana”, explica a secretária de Planejamento de Rio Branco, Janete Santos.


Atualmente, a prefeitura trabalha na conclusão das obras de mobilidade ainda relacionadas ao PAC III, que envolvem um contrato assinado em 2014 no valor de R$ 57 milhões e outro em 2016 de D$ 32 milhões.


Os dois contratos são para melhoramento de ruas e avenidas, construção de rotatórias, mudança de sinalização de vias e calçamentos.


Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que 2017 foi um ano de início de gestão e que é natural que haja diminuição no ritmo de execução. O cenário econômico foi outro fator apontado pelo governo federal para explicar a queda nos recursos para investimento em mobilidade urbana.


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