Ícone do site Ecos da Noticia

Um ano após tragédia da Chape, mãe chora: “Amava tanto o esporte, que por ele se foi”

Nabiha Bestene, mãe do médico acreano Marcio Bestene Koury, um dos 71 mortos na tragédia que comoveu o mundo do esporte em novembro de 2016, fala sobre lembranças e saudades


Um ano após o acidente aéreo com a delegação do Associação Chapecoense de Futebol, a dor e a saudade ainda são profundas na rotina de dona Nabiha Bestene, mãe do médico Marcio Bestene Koury, de 44 anos, um dos 71 mortos na tragédia que comoveu o mundo do esporte no dia 29 de novembro de 2016. O time embarcou para a Colômbia para disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, mas o sonho de Bestene, de ser campeão com a Chape, assim como o dos companheiros do time, foi interrompido pouco antes do destino final, a cidade de Medellín.


Em conversa com o GloboEsporte.com, Nabiha Bestene falou sobre a trajetória e data marcante, e as lembranças do filho, como ela diz, apaixonado declarado por futebol. Ela conta que Márcio, adorava o que fazia. Assim como tantos outros garotos, sonhou em ser jogador de futebol, mas o destino lhe encaminhou para outra área do esporte. Formado em engenharia e medicina pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Bestene fez especialização em medicina desportiva em São Paulo (SP), aprovado com título da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte em 2015, onde acompanhou os times acreanos e o amigo, o técnico Álvaro Miguéis (do Atlético-AC) em cinco Copas São Paulo de Futebol Júnior.


– Essa data marca uma tragédia que abruptamente levou nosso filhão. Amava tanto o esporte, que por ele se foi. Vibrava tanto, desde pequeno. Meu atleta preferido. O chamavam de Zico, o Galinho de ouro, pois era flamenguista de carteirinha. Depois que foi trabalhar em Chapecó (SC), passou a ser Chape de coração. Os verdadeiros e eternos heróis se foram e deixaram muitas saudades – emociona-se.


Assim como tantos outros garotos, Márcio sonhou em ser jogador de futebol, mas o destino lhe encaminhou para outra área do esporte. Formado em engenharia e medicina pela Ufac, fez especialização em medicina desportiva em São Paulo (SP), (Foto: Nabiha Bestene/ Arquivo pessoal)

Assim como tantos outros garotos, Márcio sonhou em ser jogador de futebol, mas o destino lhe encaminhou para outra área do esporte. Formado em engenharia e medicina pela Ufac, fez especialização em medicina desportiva em São Paulo (SP), (Foto: Nabiha Bestene/ Arquivo pessoal)


O médico esteve na capital acreana em 2014, com o clube catarinense para enfrentar o Rio Branco, pela Copa do Brasil. Em 2016, visitou a Ufac para compartilhar os conhecimentos médicos esportivos em palestras. O coração de torcedor era generoso. Ele trabalhou no Juventus-AC em 2009, time pelo qual torcia por influência do pai Helio Koury, assim como para o Rubro-Negro carioca e nutria amor pelo Atlético-AC. Flamenguista desde criança, cedeu espaço para a Chapecoense no coração ao ir trabalhar na cidade catarinense há oito anos.


Mãe de Márcio Koury recebe banner com imagem do filho  (Foto: Reprodução/GloboEsporte.com)

Mãe de Márcio Koury recebe banner com imagem do filho (Foto: Reprodução/GloboEsporte.com)


Em 2016, uma semana depois do trágico acidente aéreo que matou 71 pessoas, entre integrantes da delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulantes do voo da empresa LaMia, amigos do médico acreano Marcio Bestene Koury e jornalistas acreanos se reuniram no estádio Florestão, em Rio Branco, para prestar homenagem ao conterrâneo, à família e a todos que sofreram com o desastre.


Atlético-AC, campeão acreano, homenageia Márcio Bestene (Foto: Reprodução/GloboEsporte.com)

Atlético-AC, campeão acreano, homenageia Márcio Bestene (Foto: Reprodução/GloboEsporte.com)


Profissional dedicado, filho e pai amoroso, Márcio Bestene deixou duas filhas, de seis e 11 anos. Querido pela família e amigos, pelos atletas e dirigentes com os quais trabalhava, deixa apenas boas lembranças do amor que nutria pelo esporte. Almejava ser médico da Seleção Brasileira, mas não teve tempo de correr atrás do sonho.


Sair da versão mobile