“Rio Branco tem saúde”. Essa é a afirmação que a Prefeitura está veiculando nas emissoras de televisão. Mas a situação denunciada por usuários dos postos de saúde de Rio Branco é bem diferente: faltam medicamentos básicos, até mesmo os de controle das diabetes e hipertensão. A reclamação é geral entre os pacientes do município.
Medicamentos como dipirona, metformina, atenolol, nimesulida e amoxilina, por exemplo, estariam em falta na rede municipal há pelo menos 20 dias, situação que está deixando os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) na mão, muitos deles com o tratamento prejudicado, devido à falta de dinheiro para comprar os remédios.
Antonia Menezes é uma das pacientes prejudicadas. Ela conta que esteve em duas unidades de Referência em Atenção Primária (URAP), no São Francisco e Adalberto Sena, mas que em nenhuma delas conseguiu retirar os remédios que toma para o controle da pressão e da diabetes.
“Esses dias eu vi no site de vocês que as empresas de fora estão vendendo os remédios para Rio Branco. Se eles vendem, porque é que não tem? Isso é um absurdo! Eu não tenho mais como comprar meus remédios. Meu filho está com a garganta inflamada, e não tinham anti-inflamatório, nem antibiótico. Nem dipirona eles tinham”, reclama.
A situação foi confirmada pela Prefeitura de Rio Branco, que esclareceu a falta de medicamentos como um problema pontual que deve ser resolvido em até 20 dias, prazo dado à empresa fornecedora para a entrega dos remédios já adquiridos pelo poder público municipal.
A reportagem do ac24horas visitou três das unidades citadas por pacientes: no Vila Ivonete havia apenas diripona e xaropes expectorantes. Já no São Francisco, nem dipirona tinha, segundo uma servidora que atendeu a reportagem. “Se precisar tem remédio para o catarro”, disse ao relatar o problema. Já no bairro Adalberto Sena, a farmácia da URAP Roney Meireles tinha apenas dipirona.
“É sempre essa situação. Faltam remédios rotineiramente. Acontece de eu comprar duas ou três vezes. O atenalol (sic) já tem dois meses que não consigo pegar. Hoje vim aqui para conseguir a metformina, e disseram que o rapaz veio ainda há pouco e retirou tudo que estava na farmácia. Isso é um absurdo”, critica o professor Antonio de Paula que sofre com a diabetes.
“A orientação da Secretaria de Saúde é para que os médicos façam a prescrição por medicamentos com o mesmo princípio ativo que possam atender às necessidades dos pacientes, até que o fornecimento seja normalizado”, diz nota da Prefeitura de Rio Branco.