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Polícia Federal prende ex-estagiário da Justiça acusado de repassar dados a criminosos


A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (20) em Londrina (PR) um ex-estagiário da Justiça Federal acusado de repassar informações sigilosas a uma das maiores organizações criminosas do país, especializada no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os investigadores suspeitam que o acusado emprestou sua senha do sistema para pessoas ligadas aos criminosos.


Informações sobre o processo mostram que o acusado acessou diversas vezes o sistema eletrônico que organiza os processos referentes à Operação Spectrum, responsável pela investigação dos criminosos, durante o período em que trabalhou na instituição e mesmo após ter pedido desligamento do estágio.


O investigado deixou o trabalho espontaneamente em setembro, mas um mês depois foram registrados acessos em seu nome, inclusive alguns feitos por meio de computadores conectados à internet e localizados em Catanduvas (PR), onde está uma penitenciária federal, em Ponta Porã (MS), e no Paraguai. Além disso, o investigado seria namorado da filha do líder da organização, segundo a apuração da polícia.


Ao determinar a prisão, o juiz federal Nivaldo Brunoni afirmou que o ex-estagiário deve responder pelo crime de violação de sigilo funcional.


“Os acessos foram realizados em IP’s [sigla em inglês para Protocolo de Internet] diferentes do IP de conexão interna da Justiça Federal. Isso chamou ainda mais a atenção sobre a situação e levou a autoridade policial a realizar uma série de diligências, que resultaram na identificação dos provedores dos IPs utilizados com a senha [do acusado]”, disse o magistrado.


A Operação Spectrum investiga Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, um dos traficantes mais procurados pela Interpol, condenado a mais de 50 anos de prisão, mas que está foragido.


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