Rio Branco e Cruzeiro do Sul são as cidades com maiores índices da doença. Rede Pública de Saúde desenvolve atividades de prevenção e conscientização durante Novembro Azul.
Dados da Área Técnica da Saúde do Homem, da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), apontam que, somente este ano, 21 homens morreram no estado devido ao câncer de próstata.
O número já é 62% maior do que o do ano passado, quando foram registradas 13 mortes pela doença. O câncer mais comum entre os homens no estado é o de pele, seguido pelo de próstata.
Mauro Trindade é urologista e faz parte da Área Técnica da Saúde do Homem da Sesacre. Ele destaca que a subnotificação ainda é um dos principais problemas para um registro real da doença em todo o estado.
Os dados disponíveis se referem somente aos casos que chegam a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia do Acre (Unacon). Neste ano, 52 casos de câncer de próstata foram tradados. No ano passado, foram 56 casos.
O médico explica que a taxa de sucesso do tratamento depende muito do estágio em que a doença é descoberta e o período de início do tratamento. Ele enfatiza que quanto mais tarde o diagnóstico, menores são as chances.
“Em estágios baixos (1 e 2) há uma taxa de sucesso de 95%. Porém, nos estágios tardios, a taxa cai significativamente, chegando a apenas 15% de controle sobre os estágios metastáticos terminais”, destaca.
Rio Branco e Cruzeiro do Sul são as cidades com as maiores taxas de câncer de próstata. “O estado sofre de subnotificação, porque não existem dados ambulatoriais (notificações) de diagnóstico de câncer de próstata por não existir ‘um serviço de urologia’ globalizado (com a presença de todos os urologistas) e organizado do ponto de vista de protocolo e de estatística”, pontua Trindade.
Devido ao Novembro Azul, que orienta homens sobre o câncer na próstata, a rede pública de saúde desenvolve uma série de atividades de prevenção e conscientização durante este mês. Mauro Trindade explica que as atividades ofertadas à população são desenvolvidas na atenção básica, ou seja, pelos municípios. Cada cidade tem uma programação distinta conforme o cronograma.
“Todos os municípios estão mobilizados para atendimento a homens, com ênfase na prevenção do câncer de próstata. Ao Estado cabe apoiar, fiscalizar e fornecer material e informação às ações municipais. O Estado também está apoiando o serviço de urologia na otimização das cirurgias de alta complexidade que estão represadas, principalmente as de câncer”, afirma Trindade.
Durante todo este mês, a intensificação das ações nas cidades vão fazer com que a oferta de exames para diagnóstico de câncer sejam mais ágeis. “Todos os municípios já estão com seus planos de ações a serem desenvolvidos nesse mês. O objetivo é ter uma maior proximidade e facilidade ao acesso do público-alvo [os homens]”, finaliza.