No Acre, estudante sai de casa 3h antes da abertura dos portões para fazer o Enem: ‘medo de chegar atrasada’

Jovina Freire, de 16 anos, mora cerca de 12 km da escola onde foi fazer a prova. Estudante reclamou da travessia de balsa.


Jovina Freire, de 16 anos, mora em Rodrigues Alves, cerca de 12 km da Escola Professor Flodoardo Cabral, em Cruzeiro do Sul, onde está fazendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A estudante saiu de casa 3h antes da abertura dos portões para evitar atrasos.


“Não podia chegar atrasada, estou estudando desde o início do ano para poder passar em uma boa universidade e fiquei com medo”, conta.


Para chegar até a escola, Jovina teve que fazer a travessia por balsa e mais um percurso a pé até o escla. Ela reclama da dificuldade para chegar até o colégio. “É complicado porque a balsa dá muitos problemas, para mim, já é difícil e eu moro dentro da cidade, fico pensando em quem mora em ramais aí é bem mais complicado”, afirma.


O amigo de Jovina, o estudante Paulo Vitor de Souza, de 18 anos, teve que voltar para casa a pé no domingo passado porque a balsa estava lotada. “Chegamos no ônibus e a balsa estava lotada e ia demorar muito para gente atravessar, o jeito foi descer do ônibus entrar na balsa no meio dos carros e ir para casa a pé, de noite, cansado e com fome”, lamenta.


Jovina conta que gostaria que o município de Rodrigues Alves tivesse a aplicação da prova no local e que isso até incentivaria outras pessoas a fazerem o exame. “Poxa, se tivesse lá [aplicação de provas] outras pessoas poderiam fazer porque não é todo mundo que tem a disponibilidade de fazer esse percurso todo”, finaliza.


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