‘Liberdade Religiosa’, diz sabatista no Acre que vai fazer prova do Enem domingo (12)

Segundo dia de provas ocorre neste domingo 12 de novembro. Sabatistas afirmam que agora podem fazer prova de igual para igual com os demais concorrentes.


O estudante Arthur Alves da Silva, de 19 anos, acredita que a decisão de poder fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aos domingos é uma forma de “liberdade religiosa”. Ele falou que com a decisão, os sabatistas – religiosos que só podem estudar ou trabalhar aos sábados após o pôr do sol – agora podem fazer a prova com os outros concorrentes de “igual para igual”. O segundo dia de provas (matemática e ciências da natureza) ocorre neste domingo (12)


Antes, os religiosos tinham que esperar até 8 horas para fazer o Enem. As modificações foram feitas pelo Ministério da Educação (MEC). Este ano, o certame vai ser realizado em dois domingos consecutivos, nos dias 5 e 12 de novembro.


“Era muito cansativo, não apenas para os sabatistas, mas para todos que faziam a prova. É uma justiça conosco e nossos concorrentes. Independente da nossa preparação, tudo que vai ser oferecido para nós vai ser justo”, diz Silva.


O candidato conta que esta é a quarta vez que ele faz o Enem. Nos anos anteriores, ele conta que os estudantes que guardam o sábado se preparavam de forma física e também psicológica para aguardar por horas no confinamento.


“A gente esperava e já se desgastava um pouco, isso acaba desviando o foco. Esperávamos horas, entrávamos com o pessoal às 10h e só começávamos a prova com o pôr do sol. Eu já fiz nutrição, mas parei, estou tentando o Enem de novo, mas ainda não sei qual o curso, vou decidir dependendo da nota”, explica.


Já Ana Caroline, de 22 anos, estuda direito com uma bolsa que conseguiu com a nota do Enem. Como está prestes a terminar o curso, ela diz que está fazendo para testar os conhecimentos.


Ana conta que a espera dos sabatistas pirou nos últimos dois anos. Segundo ela, antes os estudantes podiam conversar nas horas em que aguardavam o pôr do sol e até dormiam para descansar. Entretanto, quando fez a prova ano passado a interação com outros candidatos foi proibida.


“Isso acabava nos cansando física e mentalmente. Além disso, a gente terminava a prova por volta de 23h, e enquanto os outros candidatos estavam em casa desde às 16h, nós terminávamos a prova a noite e no outro dia tínhamos que estar cedo no local para fazer a prova com redação”, lembra.


Ela afirma que a mudança foi positiva e que jovens sabatistas chegaram a fazer campanhas pedindo a mudança. Ana está fazendo a prova este ano também para testar os conhecimentos dela.


“Me senti muito feliz com essa mudança, não estou me preparando para o Enem, mas faço a prova todos os anos para testar meus conhecimentos. Dependendo de como for, pode ser que eu tente fazer uma segunda graduação em economia”, afirma.


Mariana Marrane, de 18 anos, diz que até pensar nas horas de espera era complicado. Ela conta que ficava tanto tempo confinada que até perdia a noção do horário. Este ano, ela tenta conseguir uma boa nota para entrar no curso de medicina.


“Isso de dois dias domingos foi bom em relação de não termos que ficar esperando durante o sábado. Também já não fica tão cansativo de fazermos duas provas seguidas”, destaca.


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