O único médico para atendimento laboratorial no Huerb na madrugada desta terça-feira saiu do hospital às 4 horas. Após esse horário, um jornalista que precisou ser consultado não foi atendido. Em seguida, uma mulher com fortes dores no estômago, vomitando e defecando sangue, chegava na companhia do marido e do filho de colo. Ela também foi avisada que o profissional já não estava na unidade de saúde. O marido dela, o militar Joabe Batista, disse que a família havia percorrido duas UPA´s. “Lá a situação era a mesma, não tinha médico para avaliar a minha esposa”, disse Joabe. Pai, mãe e filho (a família é novata no estado) decidiram percorrer outras UPA´s, na esperança de encontrar um especialista do SUS para fazer o diagnóstico da mulher.
Atendentes do Huerb informaram que o médico, conhecido por Gean, esteve sozinho fazendo os atendimento noturno, e não teve tempo para repouso. Funcionários disseram que a noite teve movimento intenso, e o médico ficou sobrecarregado. Mesmo assim, o plantão só se encerraria às 7 da manhã – quando o profissional deveria ir para casa.
Muitos médicos não aceitam repousar dentro do hospital, onde as salas destinadas ao descanso têm cheiro desagradável e os colchões não surrados. Os que ainda permanecem nos plantões decidem descansar dentro do carro, no estacionamento privativo dos plantonistas. Eles levam lençóis e travesseiros.
A emergência estava com a escala normal.