Dados são referente a este ano e, desse total, 20 crianças e adolescente foram mortos. Delegada alerta que número pode ser ainda maior.
Dados da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) apontam que, somente este ano, 288 crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de violência em Rio Branco.
Desse total, 20 foram assassinados. Porém, a delegacia alerta ainda que esse número pode ser ainda maior, pois ainda é grande o número de subnotificações.
A cada 7 minutos, em algum lugar do mundo uma criança morre vítima de violência, seja por homicídio ou conflito armado.
Em muitos casos, os homicídios são só a última etapa de um ciclo de violência a que crianças e adolescentes estão expostos desde a primeira infância. O Brasil está entre os cinco países com as maiores taxas de homicídios entre adolescente, segundo o Unicef.
“Nós temos muitos casos em que crianças e adolescente são vítimas de todo tipo de crime. É um número considerável. Nós, todos os dias, temos muitas pessoas que procuram nossos serviços”, explica a delegada da Depca na capital, Elenice Frez.
Os casos mais comuns são crianças vítimas de estupro. No ano passado, 116 crianças e adolescentes com menos de 17 anos foram vítimas de violência sexual. Em 17 destes casos, o agressor era o padrasto. Outros crimes também são recorrentes.
“A gente tem muitas notícias de maus-tratos, abandono, negligência e também de abusos sexuais. Esses são os números mais alarmantes”, pontua.
Em 2016, foram 191 inquéritos instaurados em que as vítimas eram crianças ou adolescentes. 109 foram inquéritos por violência sexual e 16 por homicídio. Ao todo, a delegacia registrou 875 boletins de ocorrência envolvendo violência contra crianças e adolescentes.
Qualquer pessoa que presenciar maus-tratos a crianças e adolescentes pode denunciar. O Disque 100 é uma das alternativas.
“A pessoa que sabe que uma criança está sendo violentada de alguma forma, pode comparecer à delegacia. A gente lavra uma denúncia anônima e já expede uma ordem de emissão para investigar a situação. Na verdade, essa pessoa está cumprindo o papel de cidadão, porque diz o Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA] que é dever da família, da sociedade e do Estado garantir que a criança esteja livre de qualquer tipo de violência”, finaliza.