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Crianças resgatadas em chiqueiro no AC disseram em depoimento a delegado que apanhavam do pai

Delegado disse que crianças contaram que o pai batia nelas quando bebia. Essa não teria sido a primeira vez que os menores dormiam no local.


Em depoimento ao delegado responsável pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Luis Tonini, as crianças que foram resgatadas dormindo em um chiqueiro no dia 8 deste mês no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, afirmaram que estavam no local para se afastar do ambiente violento em que vivem.


“Segundo eles, eles fazem como forma de se distanciar do ambiente hostil e agressivo do pai, que chegava bêbado em casa e muita vezes perturbava a tranquilidade do lar e batia nos filhos”, contou o delegado.


Tonini disse ainda que essa não seria a primeira vez que as crianças teriam dormido no local. “Seria esse o motivo deles estarem dormindo naquele local insalubre. Houve uma certa omissão da mãe em não denunciar a atitude do marido, inclusive ela defende o marido”, acrescentou.


O pai ainda vai ser ouvido pelo delegado para que as investigações continuem. “Muito embora os relatos das crianças e dos vizinhos apontem para isso, temos que ouvir a parte agressora, então, estamos investigando de forma mais apurada para que não seja cometida nenhuma injustiça”, finalizou.


Crianças foram encontradas dormindo em chiqueiro (Foto: Anny Barbosa/G1)

Crianças foram encontradas dormindo em chiqueiro (Foto: Anny Barbosa/G1)


Entenda o caso

Três irmãos, que têm 9, 11 e 13 anos de idade, foram encontrados dormindo sozinhos dentro de um chiqueiro, no bairro da Várzea, em Cruzeiro do Sul. Eles foram resgatados pela Polícia Militar na noite do último dia 8 após uma denúncia de vizinhos. O local onde as crianças foram encontradas fica a cerca de 20 metros da casa da família.


O Conselho Tutelar da cidade decidiu que as crianças devem permanecer com a família, pelo menos até que o caso seja resolvido. Em entrevista ao G1, no dia 10, a mãe das crianças, a dona de casa Maurizia Soares, de 43 anos, disse que sentia humilhada com a situação.


“Nunca tinha ido em porta de delegacia, nunca tinha passado por nada disso na vida e agora estou assim, humilhada e sendo julgada por todo mundo. Tem muita gente falando coisas que estão me magoando”, desabafou.


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