Com nome bíblico, jovem diz ter sido vítima de preconceito durante Enem e pede mudança de fiscais

Jefté Cavalcante Nobre diz que vai ingressar com ação judicial contra fiscal do Enem. Coordenação estadual afirma que caso está sendo apurado.

Com nome bíblico, o universitário Jefté Cavalcante Nobre, de 18 anos, afirma que sofreu preconceito durante o primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no domingo (6), em Rio Branco.


Ele afirma que durante a entrega do caderno de questões, a fiscal disse que seu nome era de pobre e, segundo ele, acabou sendo constrangido na frente dos outros candidatos.


Ao G1, a coordenadora do Enem no Acre, Maria Victor, afirmou que recebeu a denúncia do jovem e que o caso está sendo apurado.


Ela diz que chefe de sala em que a situação ocorreu foi ouvida e a informação dada pelo jovem não foi confirmada. Maria garantiu ainda que as duas fiscais de sala que estavam no local vão ser ouvidas para uma averiguação mais minuciosa.


“A moça [chefe de sala] disse que em nenhum momento viu isso e que as pessoas da sala também não viram. Nós não conseguimos contato com a outra moça [a fiscal]. Mesmo sem a confirmação de ter acontecido isso, ela não vai mais trabalhar porque tais procedimentos não são colocados por nós. De forma alguma admitimos que aconteça esse tipo de coisa, muito pelo contrário”, explica Maria.


O caso, segundo o jovem, ocorreu no auditório da União Educacional do Norte (Uninorte). “Ela olhou meu nome, que não é comum e é bíblico, e logo depois ela falou: ‘nossa que nome de pobre’. A grande maioria das pessoas que estavam lá começaram a rir por conta disso. Me senti bastante constrangido. Sei que meu nome não é normal, mas fazer sarcasmo me deixou indignado”, diz.


Nobre afirma ainda que não ficou desconcentrado ou desanimado, mas depois começou a refletir e se preocupou que a mesma situação acontecesse com outras pessoas. Ele diz que vai ingressar com uma ação na Justiça por danos morais contra a fiscal.


O estudante teme ainda que, caso nenhuma providência seja tomada, a situação pode se repetir por diversas vezes em diferentes ocasiões.


“Vou ver se consigo algumas testemunhas que estavam na sala para poder ingressar com a ação. Falei com a coordenadora do Enem no Acre e solicitei a troca de aplicadores no próximo domingo para que o clima fique bom. Isso é motivo para eu continuar a fazer a prova no segundo dia [domingo, 12] com mais vontade e tirar uma nota melhor ainda”, conclui o universitário.


A coordenadora estadual do Enem disse ainda que todos os profissionais que atuam nos dias de prova recebem orientações para manter postura e ética durante os trabalhos.


“Essa situação não está passando batida, estamos verificando bem de perto. Se isso ocorreu, vamos tomar providências. Não temos essa postura e em nenhum momento vamos admitir esse tipo de trabalho na equipe”, finaliza.


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